info:eu-repo/semantics/article
GEOPOLÍTICA PARA AMAZÔNIA: políticas territoriais e expansão do agronegócio
Autor
Ribeiro, Hidelberto de Sousa
Marzari, Marilene
Institución
Resumen
Este artigo discute as ações geopolíticas desencadeadas na Amazônia Legal pelo estado brasileiro, principalmente a partir do Regime Militar, que resultaram em um processo de ocupação de espaços dessa imensa região e, consequentemente, na expansão de sua fronteira, tendo na linha de frente a abertura dos novos fronts agropecuários. Trata-se de um processo que traz as marcas das contradições impostas pelo capital que, de um lado, mostra a formação de um pequeno número de cidades com padrão socioeconômico de primeiro mundo e, de outro, a geração de cidades sem qualquer infraestrutura para receber migrantes expulsos de suas posses. Os referenciais teóricos se pautam em autores, como Andrade (1977), Becker (2007), Costa (1988), Galvão (2013), Machado (1982), Martins (1997), Pires et. al. (2016), Ribeiro (2016, 2000), Santos (2002, 1996, 1994, 1993), Silva (2010, 2004), entre outros que tratam do processo de ocupação da Amazônia pelo agronegócio. A metodologia utilizada foi a qualitativa, por meio da qual se buscou dar ênfase à pesquisa de campo, no sentido de entender a realidade in loco. Os resultados mostram que o processo de expansão da fronteira agrícola, por quase toda a Amazônia Legal, teve como ponto de partida uma ideologia que pregava a sua incorporação ao patrimônio brasileiro, já que era vista como um enorme “espaço vazio”. Isso desencadeou a formação, a partir da concessão de terras públicas por parte do estado, de grandes latifúndios produtores de commodities agrícolas para exportação e a expulsão de milhares de brasileiros nativos de suas posses.