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ΦΙΛ- NAMES AS CHARACTER DISPOSITION
Autor
Araújo, Carolina
Institución
Resumen
A língua grega antiga foi outrora viva, com um uso criativo dos termos e a livre formação de neologismos. Desde os tempos Micênicos, o prefixo φιλ- foi empregado para produzir novas palavras: nomes próprios e comuns, adjetivos e verbos, como Filipe, filantropia, filarmônica e filosofar. Esse artigo começa delineando a discussão contemporânea sobre esse grupo de palavras, que localiza Platão como um divisor de águas no desenvolvimento do seu sentido. A seguir ele trata brevemente do dito “amor platônico” segundo a suposta transposição linguística que ele teria operado no sentido do prefixo φιλ-. A terceira sessão se centra na justificativa platônica do uso e da formação dos nomes emφιλ- na República para concluir que ela é compatível com o sentido tradicional. Eu mostro que esses termos não são nomes de controle normativo, referindo-se a “pretenciosos”, e que tampouco eles designam uma nostalgia em relação a um objeto inalcançável. Eu concluo que nomes em φιλ- sempre denotaram um tipo de obsessão e que a análise de Platão esclarece a sua lógica, além de acrescentar uma teoria psicológica para explicar o seu referente comum, qual seja, uma disposição de caráter específica. The ancient Greek language was once alive, with a creative use of terms and the free formation of neologisms. Since Mycenaean times, the prefix φιλ- was employed to generate new words: proper and common names, adjectives and verbs, such as Philip, philanthropy, philharmonic and philosophize. This article begins by outlining the contemporary debate on these words, which locates Plato as a game changer in the development of their meaning. Next, it briefly addresses the so-called platonic love according to the alleged linguistic transposition it would have operated in the sense of the prefix φιλ-. The third section focuses on Plato’s account of the use and the formation of names in φιλ in the Republic and concludes that it is compatible with their traditional meaning. I show that these terms are neither norm-policing names referring to “wannabes”, nor do they designate a nostalgia towards an unreachable object. I conclude that φιλ- names have always denoted a type of obsession, and Plato’s analysis both clarifies their logic and adds a psychological theory to explain their common reference, namely, a specific disposition of character.