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Lands and "Sertões" in Brazilian thought: a political sociology in the periphery
Terras e sertões no pensamento brasileiro: uma sociologia política na periferia
Autor
Maia, João Marcelo Ehlert
Institución
Resumen
This article seeks to prove that is possible to deal with Brazilian thought (and the spatial theme, in particular) as a form of peripheral social theory. I analyze Euclides da Cunha’s texts about Amazônia and Oliveira Vianna’s inquiry about the Center-South of Brazil. By choosing two representative figures of our republican imagination, both oriented by unique theoretical perspectives, my goal is to show how space emerges in these texts not as a landscape or a simple representation of local rural areas, but as traces of a spatial living of brazilian people which can be observed in different places of our social worlds. I suggest that is possible extract from the texts the main themes of this kind of living, which form the core of a political sociology: the experience of vagrancy as a basic condition of lower classes, the incapacity of liberalism to function as a guide for social relations, violence as an expression of sociability an the idea that Brazil was formed as a society in motion. Therefore, far from being just a geographic element, space can be seen as a privileged form of cognition. Este artigo tem como objetivo provar que é possível tratar o pensamento brasileiro (e o tema espacial, em particular) como uma forma de teoria social na periferia. Tomo como objeto os escritos de Euclides da Cunha sobre a Amazônia e a investigação de Oliveira Vianna sobre o centro-sul brasileiro. Ao escolher dois personagens representativos de imaginação republicana, e orientados por perspectivas teóricas singulares, meu objetivo é mostrar como o espaço surge nesses textos não como “cenário” ou mera representação de mundos rurais regionais, mas como indício de uma vivência espacial dos brasileiros que pode ser verificada em diversos “lugares” do nosso mundo social. Sugiro que é possível extrair dos escritos os temas principais dessa vivência, que formam o núcleo de uma sociologia política: a experiência da errância como condição básica das classes populares, a ineficácia do liberalismo no ordenamento das relações sociais, a violência como condição básica de nossa sociabilidade e a idéia de que o Brasil constitui-se como uma sociedade em movimento. Assim, longe de ser mero argumento geográfico, o espaço pode ser visto como uma forma privilegiada de cognição.