Dissertação
O ensino de história e a formação para a democracia
Autor
Fonseca, André Augusto da
Resumen
Este trabalho é um estudo de caso sobre como o ensino de História pode favorecer a formação para a democracia. O recorte escolhido para o estudo empírico consiste nas relações entre o professor de História e os alunos de uma turma do ensino fundamental, ao longo de aproximadamente dois anos. A análise é focada no desenvolvimento moral do grupo, e o referencial teórico é a epistemologia genética de Jean Piaget. Partindo da definição de democracia como um conjunto de regras consensuais de procedimento para a formação das decisões políticas, o professor-pesquisador criou situações em aula que favorecessem a superação, pelos alunos, das atitudes egocêntricas (descentração), a constituição de relações de respeito mútuo (cooperação) e a constituição da autonomia moral e cognitiva. Os conteúdos da disciplina de História são instrumentos para as descentrações, e a cooperação em aula cria as condições para a construção do conhecimento. Os resultados indicam que o educador precisa intervir propondo ações coletivas para promover o desenvolvimento moral. Por outro lado, as tomadas de consciência do próprio professor-pesquisador são relevantes para compreender os processos de aprendizagem dos alunos e para intervir de maneira mais eficaz (e cooperativa) no ambiente escolar. This work is a case study on how History teaching can improve education for Democracy. The frame for that enquiry consists on the relationship between elementary school classmates themselves and between them and their teacher, in a public school, for two years. Analysis focuses on the classmates’ moral development, accordingly Jean Piaget’s Genetic Epistemology. From defining democracy as a frame of consensual proceeding rules for the political decisiontaking, the author, as a teacher, creates situations to improve 1) students lifting from egocentric attitude to autonomy; 2) achievement of mutual respect relations (cooperation) and 3) moral and cognitive autonomy. History curriculum is an instrument to lift students from egocentrism to autonomy, and cooperation in class creates conditions for the knowledge building. Conclusions indicate that a teacher needs to intervene proposing collective actions for promote moral development. In the other hand, grasp of consciousness, for the teacher himself is necessary to understand learning process and to act in a more accurate (and cooperative) manner within the school environment.