info:eu-repo/semantics/article
REFLETIONS ON THE RECÔNCAVO SERIES, BRAZIL
REFLEXÕES SOBRE A SÉRIE RECÔNCAVO, BRASIL
Registro en:
10.11137/2018_2_276_296
Autor
ANTUNES, ROGÉRIO LOUREIRO
AZEVEDO, RICARDO LATGÉ MILVARD DE
LOBO, JANAÍNA TEIXEIRA
Institución
Resumen
Chronostratigraphic units are of prime importance in geology. Their limits provide the basis for reliable chrono-correlations, both locally and globally. Of the several criteria used nowadays for the definition and characterization of chronostratigraphic units, fossil events are particularly important. This article presents a brief review of chronostratigraphic units and their applicability, with special emphasis on the Recôncavo Series and the current correlation of its stages with those of the Upper Jurassic-Lower Cretaceous. Some lines of research are suggested, including Rb/Sr radiometric datings by the total rock method. Limited evidence based on the latter challenges the classic correlation of the Recôncavo Series with the Upper Jurassic-Lower Cretaceous. This is the case of the Dom João and the base of Rio da Serra stages, dated radiometrically as Triassic. Lastly, it is suggested that the base of the Albian Stage (i.e, the top of Alagoas Stage) coincides with the base of a distinctive, thick salt layer (Ibura Event) which is widely represented in basins Santos through Sergipe-Alagoas. This interpretation contrasts with the new tendency noted in some recent Brazilian papers, which place the Aptian-Albian boundary within post-evaporite marine (carbonatic shelf) sediments of those same basins, on the basis of microfossils, particularly planktonic foraminifera. This apparent contradiction could simply reflect the diachronous LADs of some index species. The magnitude of the evaporitic event in the South Atlantic proto-ocean (originated from the Tethys Sea to the north) could have triggered major paleoenvironmental disturbances in oceanic surface waters over much of the planet. A possible consequence of such changes was the faunal turnover noted in foraminiferal successions across the Aptian-Albian boundary, in its type section and elsewhere in the world. Unidades cronoestratigráficas são de fundamental importância para a Geologia. É com base nos limites dessas unidades que as cronocorrelações são realizadas. Vários são os critérios de definição e reconhecimento das mesmas. Apesar de alguns senões, os eventos fósseis figuram dentre os elementos mais importantes para a definição e caracterização dessas unidades. Apresenta-se, neste trabalho, uma breve revisão das unidades cronoestratigráficas e de sua aplicabilidade, com ênfase na Série Recôncavo. O estágio atual da correlação de seus andares com aqueles do Jurássico Superior-Cretáceo Inferior é discutido. São sugeridas algumas linhas de investigação para que os andares desta importante série brasileira adquiram uma nova roupagem, mais de acordo com as normas dos códigos estratigráficos mais recentes. Além destas sugestões e visando o estabelecimento mais acurado de sua geocronologia, valoriza-se a aplicação do método de datação radiométrica Rb/Sr em rocha total. Os poucos resultados disponíveis a partir desta metodologia contradizem a correlação clássica da Série Recôncavo com o Jurássico Superior-Cretáceo Inferior. É o caso dos andares Dom João e parte do Rio da Serra, cujos dados mais recentes sugerem associá-los ao Triássico. As medições radiométricas disponíveis na literatura também implicam alterações na base regional do Andar Albiano, ou do topo do Andar Alagoas. Esta passaria a coincidir com a base da espessa camada de sal relacionada ao “Evento Ibura”, com ampla ocorrência regional, nas bacias de Santos até Sergipe-Alagoas. Tal proposição contrapõe-se à nova tendência observada em trabalhos recentes, os quais identificam o limite Aptiano-Albiano em fácies marinhas (plataforma carbonática) pós-evaporíticas daquelas mesmas bacias, por meio de microfóssseis, em especial foraminíferos planctônicos. Considera-se que tal contradição aparente entre metodologias distintas reflita o diacronismo na extinção destes microfósseis. A possança deste gigantesco depósito de evaporitos no proto-oceano Atlântico Sul, um mar epicontinental formado a partir de águas vindas do norte (Mar de Tetis), teria desequilibrado as condições paleoambientais das águas superficiais oceânicas a nível global. Uma das possíveis consequências desta desestabilização pode ter sido o distúrbio (turnover) observado na fauna de foraminíferos planctônicos no estratótipo do limite Aptiano-Albiano e em outras seções coevas ao redor do mundo.