Brasil
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Amazon savannas: living fossils? Some reflexions
Cerrados amazônicos: fósseis vivos? Algumas reflexões
Registro en:
10.5935/0100-929X.19930010
Autor
Carneiro Filho, Arnaldo
Institución
Resumen
Mosaics of forest and savannas are common in Amazonia, as in other parts of South America. They vary in physiognomy, complexity and shape of distribution, and their origin is still a matter of debate. Edaphic, climatic and hydrological factors, as well as fire, have been suggested. A further explanation involves paleoclimatic changes; shifting climatic belts, would have induced natural replacement of savanna and forest. The present study adds pedological and geomorphologic evidence in favour of the hypothesis. The area of study is the Brasilian state of Roraima, where the mosaics have an apparently random distribution, uncorrelated to environmental aspects. The presence in such areas of (1) several levels of groundwater ironstone, (2) erosional surfaces covered by ironstone fragments and by pebbles of milky quartz, both under forest and savanna, (3) polycyclic profiles with stonelines and (4) both vegetation types in similar types of soil and relief, all indicate the former occurence of forests in present savanna areas, and vice-versa Como noutras regiões sul-americanas, mosaicos floresta-cerrado são também comuns na Amazônia, cobrindo extensas áreas. Permanecem inexplicadas as possíveis causas associadas à origem e distribuição destes tipos vegetais. Argumentos como fogo, oligotrofismo, alumínio, toxicidade e dinâmica de água nos solos foram amplamente utilizados como geradores de ambientes de cerrado. Da mesma forma os efeitos paleoclimáticos foram também considerados. Já é deveras conhecido o fato de que as mudanças climáticas, ocorridas ao longo do Quaternário, promoveram da mesma forma alterações nos tecidos ecológicos. Biogeógrafos têm acumulado evidências sobre os cenários atuais e pretéritos na Amazônia, corroborando o fato de que floresta e cerrado disputaram os espaços geográficos, por ocasião das mudanças climáticas. O presente estudo pretende incrementar a hipótese paleoclimática, através do estudo dos solos e paisagem. Parece evidente que a distribuição de floresta e cerrado em Roraima não possui qualquer correlação com aspectos físico-químicos dos solos e paisagem. Ademais, diversas feições, herdadas e todavia registradas nos solos e paisagem, tornam a situação ainda mais intrigante: (1) couraças lateríticas em diversos compartimentos da paisagem; (2) superfícies erosivas, recobertas por pavimento de laterita e quartzo leitoso, recobrindo tanto os solos sob cerrado como sob floresta; (3) perfis poligenéticos marcados por linhas de pedra e (4) solos similares sob floresta e cerrado. A presente distribuição de cada um dos citados elementos permite identificar duas situações: a) floresta atualmente ocupando antigos espaços de cerrado e b) cerrados ocupando espaços outrora recobertos por florestas