info:eu-repo/semantics/article
“TOCA PRA MOSTRAR PRA ELE QUE UM MÚSICO TEM QUE TOCAR” : ZECA DO TROMBONE, TENSÕES RACIAIS E RESISTÊNCIAS NEGRAS EM PROGRAMA DE AUDITÓRIO.
Autor
Moraes Romão da Silva, Rosalia
Resumen
ABSTRACT: The article proposes a reflection on how black musicians articulate themselves against the posture of the white jury in a talk show in the context of the Brazilian civil-military dictatorship. The starting point is the interview with Zeca do Trombone, recognized by the specialized media as one of the greatest piston trombonists in the world. On his 1977 LP “Zeca do Trombone e Roberto Sax”, there is the samba-rock “Na cara desse cara”, by Luis Vagner, with lyrics intended for José Fernandes, judge of the FlávioCavalcanti program, known for his bad humor and arrogance. Understanding the aforementioned rhythm as one of the spaces for meeting and articulating black or aphrodiasporic Atlantic music, racial tensions, narrative disputes and power relations are brought into focus through the methodology of oral history. O artigo propõe uma reflexão sobre como se articulam os músicos negros contra a postura do jurado branco em programa de auditório no contexto da ditadura civil-militar brasileira. O ponto de partida é a entrevista com Zeca do Trombone, consagrado pela mídia especializada como um dos maiores trombonistas de pistão do mundo. Em seu LP “Zeca do Trombone e Roberto Sax”, de 1977, há o samba-rock “Na cara desse cara”, de Luis Vagner, com letra destinada a José Fernandes, jurado do programa Flávio Cavalcanti, conhecido pelo seu mau humor e arrogância. Entendendo o ritmo citado como um dos espaços de reunião e articulação da música atlântica negra ou afrodiaspórica, tensões raciais, disputas de narrativas e relações de poder são trazidas ao foco através da metodologia da história oral.