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A GESTÃO DA REPÚBLICA ROMANA COMO ATRIBUIÇÃO MASCULINA E AS AÇÕES DE FULVIA COMO CONTRADIÇÃO
Autor
de Oliveira, Eduardo
Resumen
O artigo busca identificar a tradicional relação estabelecida entre a masculinidade e a gestão da República Romana. Ao atribuir ao homem a capacidade de manter a estabilidade do Estado, autores antigos e modernos reproduzem uma noção de papéis de gênero. Verificase, na tradição romana, que ao homem foi designado o papel de cuidar dos negócios do Estado, da diplomacia e dos assuntos militares, assim como à mulher foi designada a manutenção da própria casa e da família. Veremos que, no caso de Fulvia, seu campo de atuação se estendeu além do ambiente doméstico e ela demonstrou capacidades que a tradição creditava apenas aos homens. Através de um diálogo entre historiadores antigos e contemporâneos, se discutirá a possível transgressão de papéis de gênero de Fulvia e até que ponto podemos situá-la na esfera masculina. Por conseguinte, espera-se elucidar, a respeito do campo de ação da mulher da Roma Republicana, sua extensão e possibilidades, uma vez que a história reservou à sua figura uma posição subalterna em relação à do homem.