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A Inquisição e a morte: o caso português
Autor
Vainfas, Ronaldo
Resumen
O artigo discute a pena capital da morte na fogueira aplicada pela Inquisição Portuguesa entre os séculos XVI e XVIII. Insere a questão na tradição historiográfica e atual sobre a máquina judiciária inquisitorial. Relaciona a pena de morte com os Autos de Fé, considerando-os como espetáculos de massa que seduziam e ameaçavam os fiéis, ao mesmo tempo. Analisa, com algum detalhe, a processualística inquisitorial, em particular, as circunstâncias que poderiam levar à pena de morte ou evitá-la, considerando a época, o tipo de delito e as circunstâncias atenuantes e agravantes. Reconhece a crueldade da Inquisição enquanto instituição desumana, segundo critérios atuais, mas tenta contextualizá-la no seu tempo. Um tempo em que as desigualdades e a violência eram banalizadas e legitimadas. Enfim, recorrendo a indicadores quantitativos, demonstra que a pena capital foi minimamente praticada pelo Santo Ofício, se comparada a variedade de sentenças proferidas pelo Tribunal.