Artigo de Periódico
The Cure Rate after Placebo or No Therapy in American Cutaneous Leishmaniasis: A Systematic Review and Meta-Analysis
Fecha
2016Registro en:
10.1371/journal.pone.0149697
1932-6203
Autor
Gláucia Fernandes Cota
Marcos Roberto de Sousa
Tatiani Oliveira Fereguetti
Priscila Said Saleme
Thais Kawagoe Alvarisa
Ana Rabello
Institución
Resumen
Introdução
Existem poucos medicamentos com eficácia comprovada na leishmaniose cutânea (LC), e os derivados antimoniais pentavalentes ainda são os principais agentes terapêuticos de primeira linha em todo o mundo, apesar de suas reconhecidas altas toxicidades. Ensaios clínicos controlados randomizados avaliando a eficácia e segurança de novas modalidades terapêuticas são de alta prioridade, e a definição do desenho de tais ensaios levanta o debate sobre o uso do placebo como comparador. Para apoiar o uso do placebo como comparador, dois pontos principais precisam ser abordados: 1- a taxa de cura sem qualquer intervenção terapêutica e 2- os danos causados pela LC e seu impacto nos pacientes.
Objetivo
O objetivo deste estudo foi avaliar sistematicamente a taxa de cura espontânea da LC americana e ampliar a discussão sobre o uso de placebo em ensaios de LC.
Métodos
Foram seguidas as diretrizes PRISMA para revisões sistemáticas e o manual Cochrane. As fontes utilizadas foram as bases de dados PubMed e LILACS. Os estudos foram incluídos se relatassem taxas de cura usando placebo ou nenhum tratamento no CL americano.
Resultados
Treze estudos de um total de 352 pacientes foram finalmente incluídos nesta revisão. As taxas de cura global resumidas para todas as espécies de Leishmania de acordo com as análises de intenção de tratar realizadas em aproximadamente três (“cura inicial”) e nove (“cura definitiva”) meses após “sem tratamento” ou uso de placebo foram de 26% (IC95 %: 16 a 40%) e 26% (IC95%:16 a 38%), respectivamente. Notavelmente, uma taxa de cura significativamente menor foi observada para a infecção por L. braziliensis (6,4%, IC95%:0,2 a 20%) do que para a infecção por L. mexicana (44%, IC95%:19 a 72%), p = 0,002. Vale ressaltar que a recidiva ocorreu em 20% dos pacientes com cicatrização inicial (IC95%:9,2 a 38,9%).
Conclusão
Esses resultados demonstram claramente uma baixa taxa de cura espontânea após o não tratamento ou uso de placebo, confirmando que essa estratégia para o grupo controle em estudos de LC expõe os pacientes a maior morbidade, especialmente para LC causada por L. braziliensis. Portanto, a partir deste ponto, a questão crucial a ser considerada em relação ao uso do placebo é a gravidade do sofrimento causado por essa doença.