Tese
Evaluation of the bioactivity of hibiscus extracts (Hibiscus sabdariffa and H. rosa-sinensis) and anti-inflammatory potential.
Fecha
2022-08-29Autor
Matheus Thomaz Nogueira Silva Lima
Institución
Resumen
O hibisco, comumente conhecido como vinagreira, é uma planta com distribuição mundial e muito utilizada como alimento, no preparo de chás, corantes alimentícios e produtos fermentados. As flores de hibisco vermelho são comumente comercializadas e estudadas em todo o mundo devido aos seus benefícios nutricionais e usos terapêuticos. No entanto, outras variações de cor ocorrem naturalmente e podem apresentar aplicações potenciais na indústria alimentícia. A formulação de alimentos funcionais à base de hibisco seria de grande valia, uma vez que efeitos nutracêuticos foram implicados nesta planta. Primeiro, este trabalho teve como objetivo caracterizar os teores de fenólicos totais (TPC) e flavonoides totais (TFC), os efeitos antioxidante, anti-glicação e neuroprotetor de extratos florais de hibisco. Em segundo lugar, abordar a aplicabilidade da radiação gama como ferramenta na cadeia de produção do hibisco, caracterizando os efeitos dessa radiação ionizante na bioatividade de extratos desta planta. Por fim, de modo a avaliar o estresse pró-inflamatório/oxidativo de compostos dietéticos como produtos finais de glicação avançada, estudar o uso de células endoteliais (HUVECs) como modelo funcional para de inflamação mediada pelo Receptor de Produtos Avançados de Glicação (RAGE). A variedade de hibisco vermelho (Hibiscus sabdariffa) é uma fonte bem conhecida de fenólicos e flavonoides. No entanto, aqui foi demonstrado que a variedade rosa de H. rosa-sinensis apresentou o maior TPC (31,28±1,24 mg EAG/100 g) e TFC (469,20±3,24 mg EQ/100 g) em extratos aquosos que é o solvente mais comum na preparação do hibisco como alimento. A atividade antioxidante permaneceu acima de 60% e 80% da eliminação de radicais DPPH e ABTS, respectivamente para todas as amostras. Maior distinção entre o potencial antioxidante foi feito a partir da atividade do poder redutor do férrico, em que apenas os extratos etanólicos das variedades rosa e vermelha ultrapassou 50 %. A variedade vermelha de hibisco também mostrou atividade anti-glicação equivalente (55%), anti-acetilcolinesterásica (> 95%) e efeito neuroprotetor in vivo (D. melanogaster). O uso de radiação gama não apresentou efeitos negativos consideráveis na bioatividade do hibisco. Doses de 10 kGy a 30 kGy permitiram a descontaminação de altas cargas microbianas, mas 30 kGy tiveram efeitos diversos no TFC. Por fim, a indução da inflamação foi possível em cultura de HUVEC, com aumento da expressão dos genes TNFα, IL6 e VCAM1 sob efeitos de TNFα (10 ng/mL). No entanto, HMGB1, um ligante de RAGE de alta afinidade, não induziu inflamação nas condições experimentais aqui apresentadas. Em conclusão, a biodiversidade dentro do gênero hibisco influencia a variação no conteúdo fenólico e bioatividade dos extratos, e novas variedades demonstraram conter antioxidantes, TPC e TFC, comparáveis ao hibisco vermelho comumente consumido e merecem atenção. Além disso, a radiação gama mostrou eficácia na redução da contaminação microbiana, mantendo o potencial bioativo nas diferentes amostras de hibisco. Por fim, os resultados do HUVECS sugeriram que a ativação da inflamação é independente das variações da expressão de RAGE tanto nos níveis transcricionais quanto translacional. No entanto, investigações são necessárias para delinear a participação precisa de RAGE na ativação da inflamação em culturas de HUVEC.