Tese
Estimate of public health benefits resulting from an air quality improvement
Fecha
2020-04-07Registro en:
0000-0002-3327-1777
Autor
Willian Lemker Andreão
Institución
Resumen
O material particulado (MP) é tido como um dos principais poluentes que diretamente afetam a saúde a curto e longo prazo. O objetivo deste trabalho foi avaliar os benefícios na saúde pública decorrentes da melhoria da qualidade do ar nos municípios brasileiros com monitoramento de partículas finas (MP2,5; ≤ 2,5 μm de diâmetro aerodinâmico) nas regiões metropolitanas da Região Sudeste do Brasil por meio da modelagem. Para esse último caso, utilizou-se o modelo de transporte químico Weather Research and Forecasting (WRF) model coupled with Chemistry (WRF-Chem) aplicado para o ano de 2015 e a ferramenta PREP-CHEM-SRC para a geração dos campos de emissões de gases traço e aerossóis utilizando o 2° Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários junto com fontes de queimadas. As estimativas dos benefícios na saúde basearam-se em estudos epidemiológicos, aplicando uma função log-normal. Os efeitos a longo prazo avaliaram a mortalidade evitável, pela redução da concentração de MP2,5, para todas as causas, causas não-acidentais, doenças isquêmicas do coração, cardiovascular e câncer de pulmão. O efeito na saúde pública a curto prazo foi avaliado com base na estimativa da redução de internações hospitalares públicas por município para doenças respiratórias e do aparelho circulatório, decorrentes da redução da concentração de MP10 e MP2,5 conforme estudos brasileiros de séries temporais que avaliaram esses poluentes. Os cenários-base foram construídos considerando as concentrações ambientais de MP2,5 e aquelas modeladas pelo WRF-Chem (MP10 e MP2,5), enquanto os cenários-controle consideraram os limites sugeridos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Quase 90% das concentrações anuais de MP2,5 nas cidades brasileiras com monitoramento foram superiores à diretriz da OMS (10 μg m-3). A cidade de São Paulo apresentou o maior número de mortes evitáveis, com valores variando entre 28.870 ± 9.770 e 82.720 ± 24.550 para todas as causas, de 2000 a 2017. Em relação à modelagem, nas áreas urbanas estudadas, os veículos podem ser considerados como responsáveis pela maior contribuição para a emissão de MP, e o inventário elaborado se mostrou adequado. O total de mortes evitáveis estimadas para as 102 cidades das regiões metropolitanas da Região Sudeste, relacionadas ao MP2,5, foi de 32.000 ± 5.300 devido à mortalidade por todas as causas. Com exceção da região metropolitana de São Paulo, as hospitalizações por doenças respiratórias evitáveis foram maiores para o MP2,5 em crianças do que para o MP10 considerando todas as faixas etárias. Para doenças do aparelho circulatório, foram estimadas 9.840 ± 3.940 internações evitáveis em idosos relacionadas à diminuição das concentrações de MP2,5 em todas as cidades. A exposição humana e os efeitos à saúde são endossados como fatores essenciais para a gestão da qualidade do ar urbano. A OMS ressalta que não é possível estabelecer um limite mínimo de concentração de MP, abaixo do qual não ocorreriam efeitos nocivos à saúde. Portanto, um padrão deve considerar restrições locais e regionais, capacidades e prioridades de saúde pública.