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Editorial: As encruzilhadas da laicidade na América Latina
Fecha
2018-12Registro en:
Blancarte Pimentel, Roberto Javier; Esquivel, Juan Cruz; Felitti, Karina Alejandra; Vital da Cunha, Christina; Lins, Paola; Editorial: As encruzilhadas da laicidade na América Latina; Instituto de Estudos da Religião; Religião & Sociedade; 38; 2; 12-2018; 9-20
0100-8587
1984-0438
CONICET Digital
CONICET
Autor
Blancarte Pimentel, Roberto Javier
Esquivel, Juan Cruz
Felitti, Karina Alejandra
Vital da Cunha, Christina
Lins, Paola
Resumen
A “invenção” da laicidade foi produto de circunstâncias muito concretas e específicas que remontam ao século XVI, com o surgimento do protestantismo na Europa e com a necessidade de fazer frente à inevitável diversidade religiosa, às guerras de religião e aos desafios que representavam a nova realidade do mundo cristão Europeu ocidental, em termos das formas de convivência social até então inusitadas. Em outras palavras, os regimes ora chamados laicos, que levaram séculos a se construírem formalmente, substituíram um regime cristão que se mostrava insuficiente para responder às novas necessidades dos Estados Modernos que surgiram com o Tratado de Westfalia, em 1648. As ideias de pluralidade e tolerância foram rompidas, infelizmente, com o intuito de promover paz entre as nações e, depois, entre os indivíduos, com o amparo de um Estado que foi concebido para garantir o direito à diversidade. Nos países que seriam chamados de “América Latina”, ao contrário, os Estados laicos não foram produto, mas sim garantidores de uma diversidade confessional até então inexistente, uma diversidade religiosa sempre presente, mas não reconhecida. Com efeito, nos países que se criaram na América, após a independência das coroas ibéricas, a pluralidade religiosa sempre existiu, não na forma de instituições independentes, mas através de distintas expressões de religiosidade popular