Tesis
Ensino bilíngue em Moçambique: um confronto entre forças centrípetas e centrífugas
Fecha
2022-08-08Registro en:
COVANE, Lourenço Alfredo. Ensino bilíngue em Moçambique: um confronto entre forças centrípetas e centrífugas. Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2022.
33004110040P5
Autor
Arena, Dagoberto Buim [UNESP]
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Institución
Resumen
Este trabalho relata pesquisa que teve o objetivo de compreender o jogo de forças centrípetas e centrífugas que permeia programa de educação bilíngue em Moçambique, especificamente o processo de ensino e de aprendizagem de leitura e de escrita. Para atingir o objetivo os seguintes procedimentos metodológicos de geração de dados foram efetuados: análise de documentos de orientação técnica do ensino-aprendizagem da linguagem escrita na educação bilíngue; encontros dialógicos com dois gestores de uma escola situada na cidade autárquica de Vilankulo, em Inhambane, Moçambique; com duas professoras de educação bilíngue da mesma escola; com cinco mães (encarregadas de educação); e com uma formadora de professores do Ensino Básico; e ainda observação participativa de aulas. Essa metodologia se apoiou nas ciências humanas perspectivadas por autores russos da filosofia da linguagem (Volóchinov, Bakhtin e Medviédev). Os enunciados gerados foram registrados em áudios, na memória do pesquisador e em notas de campo. Os resultados mostram que há uma tensão entre as forças centrípetas e as forças centrífugas; o controle oficial da palavra centrípeta assume um lugar de destaque, porque o ensino da gramática e o da leitura e escrita como decodificação assumem papel principal. As forças centrífugas, embora haja tentativas de contestação, sofrem pressão das forças centrípetas. As análises dos enunciados em documentos oficiais, dos enunciados dos seres humanos em encontros dialógicos e das observações em sala de aula indicam que a educação bilíngue em Moçambique vive um dilema cultural, educacional e social que oscila entre a aceitação e a contestação. This paper reports research that aimed to understand the game of centripetal and centrifugal forces that permeates the bilingual education program in Mozambique, specifically the teaching and learning process of reading and writing. In order to achieve the objective, the following methodological procedures for data generation were carried out: analysis of technical guidance documents for the teaching and learning of written language in bilingual education; dialogic meetings with two managers of a school located in the municipal city of Vilankulo, in Inhambane, Mozambique; with two bilingual education teachers from the same school; with five mothers (guardians); and with a teacher trainer for Basic Education; and even participatory observation of classes. This methodology was supported by the human sciences envisaged by Russian authors of the philosophy of language (Voloshinov, Bakhtin and Medvedev). The utterances generated were recorded in audio, in the researcher's memory and in field notes. The results show that there is tension between centripetal forces and centrifugal forces; the official control of the centripetal word assumes a prominent place, because the teaching of grammar, and that of reading and writing as decoding, assume a leading role. Centrifugal forces, although there are attempts at contestation, suffer pressure from centripetal forces. The analysis of statements in official documents, statements made by human beings in dialogue meetings and observations in the classroom indicate that bilingual education in Mozambique is experiencing a cultural, educational and social dilemma that oscillates between acceptance and contestation.