Artículos de revistas
SHIRLEY JACKSON, KAZUO ISHIGURO E O PÚBLICO LEITOR GEEK: ASPECTOS CONDICIONANTES DE MARCAS DE ORALIDADE EM TRADUÇÕES DE FICÇÃO DE GÊNERO E DE FICÇÃO LITERÁRIA1
Fecha
2021-08-09Registro en:
Trabalhos em Linguística Aplicada. UNICAMP. Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), v. 60, n. 2, p. 550-565, 2021.
0103-1813
2175-764X
10.1590/010318139875611820210421
S0103-18132021000200550
S0103-18132021000200550.pdf
Autor
Universidade Estadual Paulista (UNESP)
Institución
Resumen
This paper presents research results on orality markers in a genre fiction novel, A assombração da casa da colina, by Shirley Jackson (translated by Débora Landsberg), and in a literary fiction novel, Não me abandone jamais, by Kazuo Ishiguro (translated by Beth Vieira), both published by the Companhia das Letras Publishing Group. In line with Amorim (2018a, 2018b and 2021), this paper aims to assess whether translated best-selling, genre fiction works would be permeable to orality markers when compared to literary fiction ones. A quantitative survey and a qualitative analysis of the orality markers were carried out. Information on the popularity of the works and the level of the authors’ resonance amongst the academic field were collected. As Jackson’s book was published by an imprint aimed at the geek readership, we gathered information from a sociological survey about their social profile in Brazil. The results show that: a) both novels have a high level of orality markers; b) despite their differences, both authors profit from having high symbolic capital translated into literary awards and critical reception within the academic-university field. The findings suggest the existence of hierarchies governing the degrees of consecration/academic resonance regarding the differentiation of novels and their authors, even in the subfield of genre fiction, and that readers with different levels of cultural capital could perhaps exert some influence on the way in which translators/editors may project the representation of linguistic variation in translations to come out. Este artigo apresenta uma pesquisa sobre marcas de oralidade em um romance de ficção de gênero, A assombração da casa da colina, de Shirley Jackson (traduzido por Débora Landsberg), e em um romance de ficção literária, Não me abandone jamais, de Kazuo Ishiguro (traduzido por Beth Vieira), ambos publicados pelo Grupo Editorial Companhia das Letras. Em consonância com Amorim (2018a, 2018b e 2021a), este trabalho pretendeu avaliar se obras traduzidas, associadas aos best-sellers, como as de ficção de gênero, seriam permeáveis às marcas de oralidade, comparativamente às obras de ficção literária. Realizaram-se um levantamento quantitativo e uma análise qualitativa das marcas de oralidade. Coletaram-se informações sobre a popularidade das obras e sobre o nível de ressonância de seus autores junto ao campo acadêmico. Como o livro de Jackson é publicado por um selo voltado ao público geek, recorremos às informações de uma pesquisa sociológica acerca de seu perfil no Brasil. Os resultados apontaram que: a) ambas as obras detêm um grau elevado de marcas de oralidade; e b) apesar das diferenças, os dois autores desfrutam de elevado capital simbólico, traduzido em prêmios literários e em recepção crítica junto ao campo acadêmico-universitário. As análises sugerem a existência de hierarquias governando os graus de consagração/reverberação acadêmica quanto à diferenciação de obras e autores, mesmo no subcampo da ficção de gênero, e que leitores com diferentes níveis de capital cultural/escolar poderiam, talvez, exercer alguma influência no modo como que tradutores/editores projetam a representação da variação linguística nas traduções a serem publicadas.