A experiência de uso de smartphones por indivíduos idosos e o desenvolvimento de requisitos para interfaces de smartphones mais amigáveis

Abstract

Índices sociodemográficos apontam o crescimento mundial da proporção de idosos, conquista que deve acompanhar a estas pessoas uma velhice saudável, sendo capazes de construir e manter relacionamento social e, portanto, qualidade de vida. Os smartphones apresentam-se como um artefato fundamental para satisfazer estas demandas, mas ainda não permitem uma boa experiência de uso, em virtude de limitações decorrentes do envelhecimento, da exclusão digital e, especialmente, dos problemas de interface que este artefato apresenta. O objetivo deste estudo consistiu em compreender a experiência de uso dos smartphones por indivíduos idosos a fim de desenvolver diretrizes e requisitos que auxiliem o desenvolvimento de projetos de smartphones mais amigáveis aos idosos. Os procedimentos metodológicos consistiram em dois estudos, sendo uma revisão bibliográfica sistemática, e um experimento qualitativo de duas etapas, envolvendo questionário aplicado por meio do Google Forms, e entrevistas semiestruturadas conduzidas remotamente. A partir dos resultados, pretendeu-se averiguar a hipótese de que os usuários idosos, apesar de possuírem um maior acesso à tecnologia dos smartphones, ainda apresentam dificuldades no uso destes, que afeta a interação usuário-artefato nos níveis físico, cognitivo e emocional. Assim, foi possível contribuir, levando em consideração os aspectos particulares dos idosos, com considerações para diretrizes projetuais para futuros modelos de smartphones.

Sociodemographic indexes indicate the elderly’s growing proportion in the worldwide population, an achievement that should follow the healthy old age phenomenon, being able to build and maintain social relationships and, therefore, quality of life. Smartphones present themselves as a fundamental artifact to satisfy these demands, but they still do not allow a good user experience for these people, due to limitations resulting from aging, digital exclusion and, especially, the interface problems that this artifact presents. The objective of this study was to understand the experience of using smartphones by elderly in order to develop guidelines and requirements that help the development of more elderly-friendly smartphone projects. The methodological procedures consisted of two studies, a systematic literature review, and a two-step qualitative experiment, involving a questionnaire applied through Google Forms, and semi-structured interviews conducted remotely. From the results, it was intended to investigate the hypothesis that elderly users, despite having greater access to smartphone technology, still have difficulties in using them, which affects the user-artifact interaction at the physical, cognitive and emotional levels. Thus, it was possible to contribute, taking into account the particular aspects of the elderly, with considerations for design guidelines for future smartphone models.