Gênero e contrainsurgência: a estratégia dos Estados Unidos na Guerra no Afeganistão

Abstract

O objetivo neste trabalho é analisar os aspectos de gênero da estratégia de contrainsurgência dos Estados Unidos na intervenção no Afeganistão. Esses aspectos estão destacados de forma mais evidente na implementação dos Female Engagement Teams, ou Equipes de Engajamento Feminino (EEFs), tradução própria que adotamos neste trabalho. As EEFs são grupos de apoio formados exclusivamente por mulheres militares dos Estados Unidos, responsáveis por realizar aproximação direta com a população civil, principalmente com as mulheres afegãs. Em âmbito mais amplo, essa iniciativa fez parte da reorientação estratégica estadunidense adotada no Afeganistão, a partir de 2009, com o governo Obama. Por meio de uma estratégia de contrainsurgência, centrada na população, o objetivo era “conquistar corações e mentes” e derrotar a insurgência afegã, principalmente o Talibã. Dessa forma, na pesquisa procura-se responder quais são os aspectos de gênero predominantes na estratégia de contrainsurgência adotada pelos Estados Unidos na intervenção no Afeganistão; e como essa dimensão de gênero é mobilizada pela estratégia na tentativa de retratar a intervenção como humanitária e benevolente.

This research aims to analyze the gender aspects of the United States counterinsurgency strategy during the intervention in Afghanistan. These aspects are most prominently highlighted in the implementation of the Female Engagement Teams (FETs), ground support groups made up exclusively of US military women, who were responsible for reaching out to the civilian population, especially Afghan women. On a broader perspective, this initiative was part of the US strategic reorientation in Afghanistan, in 2009, within the Obama administration. Through a population-centered counterinsurgency strategy, the goal was to “win hearts and minds” and defeat the Afghan insurgency, especially the Taliban. Therefore, this research tries to answer which are the main gender aspects in the US counterinsurgency strategy in Afghanistan; and how this gendered dimension is deployed to reframe the intervention as humanitarian and benevolent.

El objetivo de este trabajo es analizar los aspectos de género de la estrategia de contrainsurgencia de los Estados Unidos en la intervención en Afganistán. Estos aspectos están más evidentemente destacados en la implementación de los Female Engagement Teams o Equipos de Envolvimiento Femenino (EEFs), traducción própria que adoptamos en este trabajo. Las EEFs son grupos de apoyo formados exclusivamente por mujeres militares de los Estados Unidos, responsables por realizar aproximación directa con la población civil, especialmente con las mujeres afganas. En un ámbito más amplio, esta iniciativa hizo parte de la reorientación estratégica estadunidense adoptada en el Afganistán, a partir del 2009, con el gobierno Obama. A través de una estrategia de contrainsurgencia, centrada en la población, el objetivo era "conquistar corazones y mentes" y derrotar la insurgencia afgana, principalmente el Talibán. De esta manera, en la investigación se busca responder quales son los aspectos de género predominantes en la estrategia de contrainsurgencia utilizada por los Estados Unidos en la intervención en Afganistán; y cómo esta dimensión de género es movilizada por la estrategia en el intento de retratar la intervención como humanitaria y benevolente.