Tesis
De l’histoire de l’histoire: o passado dos estudos históricos na França (1810-1933)
Fecha
2019-06-14Registro en:
000924806
33004072013P0
Autor
Araujo, Karina Anhezini de [UNESP]
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Institución
Resumen
A presente tese narra a história de um passado. Ela conta a história de um problemático passado para o saber histórico moderno: o passado dos estudos históricos. O recorte por ela abrangido é, por conseguinte, mais específico, pois trata-se aqui de dotar de historicidade o passado dos estudos históricos na França, entre o início do século XIX e o início do século XX. A partir do objetivo de descrever como esse passado se tornou um problema para o saber histórico e de que modo(s) ele foi problematizado, este trabalho reflete a respeito das seguintes questões: com quais marcos e marcas esse problema foi construído, discutido, (re)disposto e (trans)formado? Quais outras questões se relacionaram, agregaram-se e dispersaram-se quando se discutia o passado dos estudos históricos na França? Como e quais períodos, marcos e recortes foram propostos, instituídos e vetados para ele? Para estudar essas questões, este trabalho se baseou em um corpus formado por um conjunto de escritos que discutiam e narravam o passado dos estudos históricos na França daquele período. A partir deste estudo, tornou-se possível, por meio de uma démarche regressiva, compreender como, na virada do século XIX para o XX, houve a emergência de um problema – e de um modo de problematizar o passado dos estudos históricos – chamado de l’histoire de l’histoire (história da história). Se naquele momento, e até mesmo antes, podem ser encontrados muitos escritos preocupados em construir marcos e divisões para o passado dos estudos históricos (sobretudo para o passado oitocentista da França), foi especificamente no final do Oitocentos que escritos sobre a história passaram a colocar em questão as definições, os marcos, as utilidades e os precedentes dessa atitude que historicizava a história. Após esse primeiro momento, a tese continua a estudar esses modos de se relacionar com o passado da historiografia e analisa, sobretudo, a regularidade da pergunta “como se escreve a história?” e algumas funções que ela desempenhou em meados e no início do Oitocentos. Desse modo, o estudo desse conjunto de textos possibilitou não apenas que a histoire de l’histoire fosse desnaturalizada, mas também que outros relacionamentos com o passado dos estudos históricos fossem dotados de historicidade. No campo mesmo de suas disputas pela definição dos rumos do passado dos estudos históricos, em suas relações de apreensão e de aprendizado com o passado da historiografia, foi construída uma imagem que buscava particularizar e desvelar a essência dos estudos históricos franceses oitocentistas em torno da arte, da filosofia e da crítica. Pôde-se, enfim, narrar os complexos relacionamentos com um dos problemas fundamentais para a constituição do século XIX enquanto “século da história”. This thesis tells the history of a past. It tells the history of a troubled past to modern historical knowledge: the past of historical studies. The period it covers is, therefore, more specific, as it is a matter of historicizing the past of historical studies in France between the early 19th century and the beginning of the 20th century. From the objective of describing how this past has become a problem for historical knowledge and in which way(s) it has been problematized, this work reflects on the following questions: with which milestones and marks has this problem been constructed, discussed, (re)ordered and (trans)formed? What other questions were related, aggregated and dispersed when discussing the past of historical studies in France? How and what periods, milestones and sections were proposed, instituted and vetoed for it? To study these questions, this work was based on a corpus formed by a set of writings that have discussed and narrated the past of historical studies in France of that period. Based on this study, it became possible, through a regressive démarche, to understand how, at the turn of the 19th century to the 20th century, there was the emergence of a problem - and a way of problematizing the past of historical studies - called l'histoire de l'histoire (history of history). If at that time, and even before that we found many writings concerned about building milestones and divisions for the past of the historical studies (mainly for the nineteenth century past in France), it was precisely at the end of the nineteenth century that the writings about history began to question the definitions, the milestones, the uses and the precedents of this attitude that historicized history. After this first moment, the thesis continues to study these ways of relating to the past of historiography and analyzes, above all, the regularity of the question “how to write history?” and some functions that it performed in the middle and early nineteenth century. Thus, the study of this set of texts made it possible not only that the histoire de l'histoire was denatured, but also that other relationships with the past of historical studies were endowed with historicity. In the very field of its disputes over the definition of the paths of the past of the historical studies, its relations of apprehension and learning with the past of historiography, an image was constructed that sought to particularise and reveal the essence of nineteenth-century French historical studies on art, philosophy and critique. Finally, it was possible to narrate the complex relationships with one of the fundamental problems for the constitution of the nineteenth century as "Century of history". Cette thèse raconte l’histoire d’un passé. Elle narre l’histoire d’un passé problématique pour le savoir historique moderne : le passé des études historiques. La période qu’elle embrasse est donc plus spécifique, car il s’agit d’historiciser le passé des études historiques en France entre le début du XIXe siècle et le début du XXe siècle. À partir d’objectif de décrire comment ce passé est devenu un problème pour le savoir historique et comment il a été problématisé, ce travail réfléchit sur les questions suivantes : avec quels jalons et marques ce problème a été construit, discuté, (re)disposé et (trans)formé ? Quelles autres questions se sont rapportées, agrégées et dispersées lorsqu’on discutait le passé des études historiques en France ? Comment et quels périodes, jalons et coupures ont été proposés, institués et interdits ? Pour étudier ces questions, ce travail est basé sur un corpus constitué d’un ensemble des écrits qui discutaient et racontaient le passé des études historiques au XIXe siècle en France. À partir de cette étude, il est devenu possible, par une démarche régressive, de comprendre comment, à la fin du XIXe siècle et au début XXe siècle, il y avait l’émergence d’un problème - et d’une forme de problématiser le passé des études historiques - appelé l’histoire de l’histoire. Si à cette époque, et même avant, il y avait beaucoup d’écrits qui se préoccupent de construire de jalons et de divisions pour le passé des études historiques (surtout pour le XIXe siècle en France), à la fin du XIXe siècle des écrits sur l’histoire ont commencé à poser en question les définitions, les jalons, les utilités et les précédents de cette attitude qui historicisait l’histoire. Après ce premier moment, la thèse continue l’étude de ces façons de se rapporter au passé de l’historiographie et analyse, en particulier, la régularité de la question «comment on écrit l’histoire?» et certaines fonctions jouées par cette question au milieu et au début du XIXe siècle. Ainsi, l’étude de cet ensemble de textes a permis la dénaturalisation de l’histoire de l’histoire et l’historicisation d’autres relations avec le passé des études historiques. Dans le champ même de ses disputes par la définition des chemins du passé des études historiques, dans ses relations d’appréhension et d’apprentissage avec le passé de l’historiographie, une image a été construite qui cherchait à particulariser et à démêler l’essence des études historiques de la France au XIXe siècle autour de l’art, de la philosophie et de la critique. Enfin, on a pu raconter les relations complexes avec l’un des problèmes fondamentaux pour la constitution du XIXe siècle comme le « siècle de l’histoire ».