Tesis
Território e identidade: a descoberta do ouro nas disputas entre Brasil e França
Fecha
2019-05-31Registro en:
000917831
33004030009P4
Autor
Portela, Jean Cristtus [UNESP]
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Institución
Resumen
Esta pesquisa buscou compreender como se articula a construção de uma identidade nacional (brasileira), entre os anos de 1893 e 1900, período das disputas territoriais entre Brasil e França, na fronteira do Estado do Amapá com a Guiana Francesa. Para tanto, inscreve-se nos estudos semióticos greimasianos e estabelece diálogo com a geografia, particularmente acerca dos conceitos de território e fronteira e seus correlatos. Nesse diálogo, o ponto em comum entre as duas áreas é o território como construção, humana e linguística. Olhando para a construção do Território Contestado, como ficara conhecida a região disputada entre brasileiros e franceses, procurou-se observar, no conjunto de textos analisados, as diferentes práticas instauradas no espaço, bem como a relação dos sujeitos com ele, visto que é nessa relação que o território ganha vida, a partir das distintas práticas espaciais que lhe sobrevêm. Nesse sentido, as relações do Um com o Outro, nesse espaço, implicam movimentos, dinâmicas que desenham e dão contorno à forma própria do território: a perseverança. Como produto da enunciação, o território assume a forma de um acontecimento sensível e observável, atravessado, nessa construção, pela tensividade que o funda. Desse modo, compreende-se o processo de construção do território no conjunto de enunciados de onde ele emerge, tomando o enunciado como o produto resultante da enunciação, lugar em que as marcas de identidade do território se inscrevem, e a relação entre sensível e inteligível afeta o sujeito. O que se apresenta nesse espaço, em linhas gerais, é uma relação de dom e contradom entre os sujeitos, processos de interação em que a exclusão predomina na condução da formação de uma identidade genuinamente brasileira no Território, marcada por diferentes estratégias, mas, particularmente, pelo princípio da ocupação, uma forma de ser e existir tipicamente brasileira. Além disso, a vivência de práticas circunscritas no Território, a exemplo da prática jurídica de controle, deixa entrever a obstinação por aquilo que se constrói ou se descobre no Território: o ouro e a identidade, desenhada essa última pelo sentimento de pertencimento que move o sujeito brasileiro, uma vez que este condensa o lugar, emergindo não mais o Território Contestado Franco-Brasileiro, mas o Oyapock, lugar que o identifica e reitera uma forma de vida brasileira: da perseverança, da luta, pois é na sua relação com o Outro, com o francês, que o sujeito brasileiro marca aquilo que os diferencia, que define sua identidade: sujeito perseverante, o que homologa a natureza constitutiva do território This research sought to understand how the construction of a national identity (Brazilian) is articulated between the years of 1893 and 1900, a period of territorial disputes between Brazil and France on the border of the State of Amapá with French Guiana. Therefore, it subscribes to semiotic greimasian studies and establishes a dialogue with geography, particularly about the concepts of territory and frontier and its correlates. In this dialogue, the common ground between the two areas is the territory as human and linguistic construction. Looking at the construction of the Contested Territory, as the disputed region between Brazilians and French had become known, it was sought to observe, in the set of texts analyzed, the different practices established in space, as well as the relation of the subjects with it, since it is from this relation that the territory comes alive from the different space practices that come to it. In this sense, the relations of the One with the Other, in this space, imply movements, dynamics that draw and shape the territory's own form: the perseverance. As a product of enunciation, the territory takes the form of a sensible and observable event, crossed in this construction by the tensivity that founds it. Thus the process of territorial construction is understood in the set of statements from which it emerges, taking the statement as the product resulting from enunciation, where the marks of identity of the territory are inscribed, and the relationship between sensitive and intelligible affects the subject. What is presented in this space, in general terms, is a relationship of gift and counter-gift between the subjects, processes of interaction in which exclusion predominates in conducting the formation of a genuinely Brazilian identity in the Territory, marked by different strategies, but, particularly, by the principle of occupation, a way of being and existing typically Brazilian. In addition, the experience of circumscribed practices in the Territory, such as the legal practice of control, allows us to see the obstinacy for what is being built or discovered in the Territory: the gold and the identity, drawn by the feeling of belonging that moves the Brazilian subject, since it condenses the place, emerging no longer the Territory Answered Franco-Brazilian, but the Oyapock, place that identifies and reiterates a Brazilian way of life: of perseverance, of struggle, because it is in its relation to the Other, the French, that the Brazilian subject marks the differences between them, which defines their identity: persevering subject, which homologizes the constitutive nature of the territory. Cette thèse a cherché à comprendre comment s'articule la construction d'une identité nationale (brésilienne) entre 1893 et 1900, période des conflits territoriaux entre le Brésil et la France, à la frontière de l'État d'Amapá et de la Guyane Française. Pour ce faire, il s'inscrit aux études sémiotiques greimasiennes et établit un dialogue avec la géographie, en particulier sur les concepts de territoire et de frontière et leurs corrélats. Dans ce dialogue, le point commun entre les deux zones est le territoire en tant que construction humaine et linguistique. En regardant la construction du Territoire Contesté, comme on connaissait la région disputée entre Brésiliens et Français, on a cherché à observer, dans l’ensemble des textes analysés, les différentes pratiques établies dans l’espace, ainsi que la relation des sujets avec lui, puisque c’est à partir de cette relation que le territoire prend vie, des différentes pratiques spatiales qui s'y développent. En ce sens, les relations de l’un avec l’autre, dans cet espace, impliquent des mouvements, des dynamiques qui dessinent et donnent forme à la forme propre du territoire: la persévérance. Produit de l'énonciation, le territoire prend la forme d'un événement sensible et observable, traversé dans cette construction par la tensivité qui le fonde. De cette manière, nous comprenons le processus de construction de territoire dans l’ensemble des énoncés dont il émerge, en prenant l’énonce comme le produit résultant de l’énonciation, où sont inscrites les marques d’identité du territoire, et la relation entre sensible et intelligible affecte le sujet. Ce qui est présenté dans cet espace, en termes généraux, est une relation de don et de contre-don entre les sujets, processus d’interaction dans lesquels l’exclusion prédomine dans la formation d’une identité véritablement brésilienne sur le territoire, marquée par différentes stratégies, mais, en particulier, le principe d’occupation, une manière d’être et d’existence brésilienne. En plus, l’existence de pratiques circonscrites sur le territoire, à titre d'exemple la pratique juridique du contrôle, révèle l’obstination à ce qui est construit ou découvert sur le Territoire: l’or et l’identité, ce dernier est configuré par le sentiment d'appartenance qui émeut le sujet brésilien, puisqu'il condense le lieu, en émergeant non plus le Territoire Contestado-Franco-Brésilien, mais l'Oyapock, lieu qui identifie et réitère un mode de vie brésilien: de persévérance, de combat, car cést dans leur relation avec l’Autre, avec les Français, que le sujet brésilien marque ce qui les différencie, qui définit leur identité: sujet persévérant, qui homologue le caractère constitutif du territoire.