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Iara iguass, um novo taxon de angiosperma aquática da paleoflora do Crato (Eocretáceo, Formação Santana, Bacia do Araripe, nordeste do Brasil).
IARA IGUASSU, A NEW TAXON OF AQUATIC ANGIOSPERM FROM THE CRATO PALAEOFLORA (LOWER CRETACEOUS, SANTANA FORMATION, ARARIPE BASIN, NORTHEASTERN BRAZIL)
Autor
Fanton, Jean Carlo Mari
Ricardi-Branco, Frésia
Dilcher, David
Bernardes de Oliveira, Mary Elizabeth Cerruti
Institución
Resumen
Iara iguass, um novo taxon de angiosperma aquática da paleoflora do Crato (Eocretáceo, Formação Santana, Bacia do Araripe, nordeste do Brasil). Iara iguassu gen et sp. nov., uma angiosperma aquática pertencente à paleoflora do Crato é descrita. A inédita planta fóssil lança nova luz ao estudo da morfologia, diversidade e evolução das primeiras angiospermas do Cretáceo, já que o Gondwana ocidental pode ter sido o cenário dispersor destas. O Membro Crato consiste em calcários laminados de origem lacustre rasa com influência marinha, de idade neoaptiana/eoalbiana. Os espécimes, preservados como impressões, consistem num caule cilíndrico, articulado e sulcado, do qual emergem apicalmente folhas sésseis, arranjadas num verticilo. As longas folhas cilíndricas, sulcadas e flexíveis portam ápice arredondado ou filamentoso, além de denteações papilosas marginais. Longos, delgados e estriados pedúnculos emergem do nó e terminam numa estrutura fusiforme, também estriada, representando estruturas férteis flutuadoras. Características similares parecem ser compartilhadas com as atuais famílias de ervas aquáticas: Potamogetonaceae, Ruppiaceae e Cymodoceaceae (Monocots) e Podostemaceae (Eudicots). O hábito aquático é sugerido a partir da morfologia cilíndrica, filamentosa e flexível bem como da organização verticilada. A planta viveria parcialmente submersa em corpos lacustres, talvez em águas salinas, paleoambientes já descritos para o Membro Crato. Iara iguassu pode representar uma convergência de hábito e, assim, uma linhagem extinta de angiosperma aquática, não relacionada a monocots ou dicots. ABSTRACT – Iara iguassu gen. et sp. nov., a new taxon of aquatic angiosperm that occurs in the Crato Palaeoflora is described. The new species contributes to improve the knowledge of early angiosperms diversity and evolution, since the West Gondwana could be the spreading center of the first flowering plants in an older time. The Crato Member consists of laminated limestones of shallow lacustrine origin with marine influence and of Late Aptian/Early Albian age. Iara iguassu is an filamentous plant that consists of a cylindrical, articulate and furrowed stem that bear leaves elongated, tubular, flexible and inserted whorly. The fertile structures are represented by thin elongated flexible and striated peduncles that emerge near the stem nodal region. The peduncles distal portion consists of a spindle-shaped structure. The plant would live submersed in shallow lacustrine environments, probably with saline waters, depositional palaeoenvironments already suggested for the Crato Member. Iara iguassu features are partly found in extant and not related aquatic herbaceous families such as Potamogetonaceae, Cymodoceaceae and Ruppiaceae (Monocots) and also Podostemaceae (Dicot). Therefore, Iara iguassu may represent an extinct member of a putative lineage of aquatic flowering plants, not related to extant monocots or dicots (convergence habit).