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A panchronic study on the verb "lacrar" from the processes of semanticization, lexicalization, grammaticization and discursivization
Um estudo pancrônico sobre o verbo "lacrar" a partir dos processos de semanticização, lexicalização, gramaticalização e discursivização
Registro en:
10.5007/1984-8420.2021.e74734
Autor
Steinhauser, Vanessa Leme Fadel
Institución
Resumen
This work seeks to draw a procedural map of the verb "lacrar" in Portuguese, because several socio-historical aspects caused new semantics to be added to this verb. When considering language as a complex, dynamic and procedural system by nature, a multisystem approach is adopted (cf. Castilho, 2016) to make a panchronic study, in which the socio-cognitive device (CSD) is seen affecting all systems linguistic (discursive, semantic, lexical, grammatical). A priori, “lacrar”, in its denotative sense, meant only the act of closing / sealing products, objects and places, as in: (i) Operação lacra cinco agências. With the advent of new technologies, “lacrar” went through a process of semanticization, making it possible today to interpret this verb as a synonym for “rocking” / “doing well in something”, as can be seen in: (ii ) Khloé lacrou com look dourado. Because it is a verb, “lacrar” remained with its original inflections. However, the number of occurrences with the 1st person (singular or plural) appears to be less than with the 3rd person (he / she), which indicates that we have a grammaticalization process here, since one of the forms stands out. In addition, the lexicalization process is discussed in the verb “lacrar”, given that new words have emerged by derivation, as is the case with the noun "lacração" and the adjective "lacrador (a)". Finally, the discursivization process active in this expression is also questioned, since it seems to be more used to end shifts and speeches, and can therefore operate as a discursive closure marker. Este trabalho busca traçar um mapa processual do verbo “lacrar” em português, já que diversos aspectos sócio-históricos fizeram com que fossem acrescidas novas semânticas a esse verbo. Ao se considerar a língua como um sistema complexo, dinâmico e processual por natureza, adota-se uma abordagem multissistêmica (cf. CASTILHO, 2016) para se fazer um estudo pancrônico, em que se vê o dispositivo sociocognitivo (DSC) afetando todos os sistemas linguísticos (discursivo, semântico, lexical, gramatical). A priori, “lacrar”, em seu sentido denotativo, significava apenas o ato de fechar/selar produtos, objetos e lugares, como em: (i) Operação lacra cinco agências. Com o advento das novas tecnologias, “lacrar” passou por um processo de semanticização, fazendo com que, hoje, se possa interpretar esse verbo como sinônimo de “arrasar”/“ir bem em algo”, como pode ser visto em: (ii) Khloé lacrou com look dourado. Por ser um verbo, “lacrar” permaneceu com suas flexões originais. Contudo, o número de ocorrências com a 1a pessoa (singular ou plural) aparenta ser menor do que com a 3a (ele/ela), o que indica um processo de gramaticalização, já que uma das formas se sobressai. Ademais, discute-se o processo de lexicalização no verbo “lacrar”, dado que novas palavras foram surgindo por derivação, como é o caso do substantivo “lacração” e do adjetivo “lacrador(a)”. Por fim, questiona-se ainda o processo de discursivização atuante nessa expressão, já que ela parece ser mais utilizada para encerramento dos turnos e dos discursos, podendo operar, portanto, como um marcador discursivo de encerramento.