TCCgrad
Avaliação de um imunoensaio ELISA (enzyme-linked immunosorbent assay) padronizado utilizando proteína recombinante de nucleocapsídeo(50-350) de SARS-CoV-2 como ferramenta de avaliação de resposta imune humoral em indivíduos vacinados com CoronaVac.
Fecha
2022-07-08Autor
Carpeggiani Junior, Sergio Pedro
Institución
Resumen
Introdução: A Covid-19 é a doença causada pelo vírus SARS-CoV-2 que foi identificado no
início do ano de 2020 como o responsável por um quadro de infecção respiratória grave que
primeiramente atingiu pessoas da cidade de Wuhan na China, mas que acabou se
disseminando pelo restante do planeta, levando a um estado de pandemia. Dentre as proteínas
estruturais do SARS-CoV-2, a proteína de nucleocapsídeo (N) que está associada ao RNA do
vírus destaca-se por possuir uma alta conservação entre os diferentes vírus da família
Coronoviridae, além de ser capaz de gerar uma resposta imune humoral, havendo a
possibilidade de uso desta proteína como alvo para produção de testes de vigilância
epidemiológica. Nesta mesma linha, o imunoensaio ELISA se mostra uma importante
ferramenta de avaliação epidemiológica, principalmente por ser prático, possuir baixo custo e
não necessitar de uma grande infraestrutura ou investimento para ser realizado. Neste
trabalho, utilizamos um ELISA indireto para avaliar a presença de IgG anti proteína N
padronizado utilizando um fragmento (50-350 aa) da proteína de nucleocapsídeo em uma
coorte de voluntários vacinados com CoronaVac. Metodologia: A proteína N(50-350) foi
expressa utilizando a bactéria Escherichia coli BL21-Codon Plus, sendo purificada por
cromatografia de afinidade por íons metálicos imobilizados (IMAC). A coorte foi recrutada
durante o mês de março de 2020 dentro do Laboratório de Imunobiologia (LIM) da
Universidade Federal de Santa Catarina. As amostras de soro foram analisadas utilizando o
ELISA indireto utilizando como antígeno o fragmento (50-350 aa) da proteína N do
SARS-CoV-2. Resultados: O fragmento de proteína N(50-350) é expresso pela E. Coli
BL21-Codon Plus, sendo purificado por uma coluna de afinidade de íons metálicos. O ELISA
indireto anti N(50-350) foi otimizado, sendo sensibilizado com 3μg/ml de proteína para
sensibilizar a placa, solução de PBS + 5% de leite em pó para o bloqueio durante 2 horas,
incubação com o soro diluído 1/100 em solução de bloqueio PBS + 5% de leite em pó +
0,05% de Tween20 por 16 horas seguida por incubação durante 1 hora e 30 min com
anticorpo secundário IgG Goat anti-Human HRP com a diluição 1/5000 na solução de
bloqueio, iniciando a reação enzimática com tetrametilbenzidina (TMB) e parando a reação
com HCl 1N após 7 min. Foram recrutadas 23 pessoas para a coorte estudada, sendo 14
mulheres e 9 homens. O ELISA após a otimização apresentou uma sensibilidade de 95% para
a coorte estudada para a detecção de IgG anti-proteína N do SARS-CoV-2. Conclusão: A
vacina CoronaVac ao ser aplicada gera uma resposta imune humoral moderada para a proteína
N do SARS-CoV-2. O ELISA indireto contendo o fragmento de proteína N(50-350) é capaz
de diferenciar amostras de pessoas que nunca tiveram o contato com o vírus (pré-pandêmicas)
de pessoas vacinadas com CoronaVac ao se avaliar a presença de IgG. Além disso, este
imunoensaio foi capaz de diferenciar as amostras de soro de pessoas vacinadas com
CoronaVac que tiveram contato anterior à vacinação com o vírus SARS-CoV-2 de pessoas
vacinadas com CoronaVac que não tiveram contato com este vírus.