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Caleidoscópio Bakhtiniano: das infinitudes dos sentidos da linguagem escrita
Fecha
2021-08-21Autor
Souza, Gabriele Damin de
Institución
Resumen
Esta pesquisa de Iniciação Científica foi construída à luz dos pressupostos teórico-filosóficos delineados por Mikhail Bakhtin e seu Círculo de estudos. Partindo da sua concepção de linguagem, como forma de interação entre sujeitos historicamente situados, definimos o texto escrito como nosso objeto de pesquisa e propomos explorar a sua infinitude de sentidos. Com o objetivo de refletir sobre a arquitetônica bakhtiniana, no que se refere à linguagem escrita e sua relação com a vida, colocamo-nos diante do texto para investigá-lo como unidade real do discurso. Nesse sentido, definimos o texto escrito como enunciado concreto e singular: produzido por indivíduos que enunciam dentro de um determinado contexto espaço-temporal. Isso significa que um texto só pode ser plenamente compreendido quando analisado dentro de seu contexto de produção, por isso, faz-se necessário trilhar um caminho em que seja possível observar o fenômeno da linguagem sem generalizações, pois se pretendemos compreender a linguagem escrita, que permeia os mais diversos campos da vida humana, precisamos assumir uma metodologia que, em diálogo com nossa abordagem teórica, possibilite uma investigação profunda e singular. Dessa maneira, selecionamos dois textos de diferentes gêneros discursivos e que estão em circulação em diferentes esferas da atividade humana contemporânea – um livro infantil e uma notícia publicada em plataforma online – e os analisamos como espaço de interlocução, cujos sentidos são construídos de maneira dialógica e valorados ideologicamente por quem os escreve e por quem os lê. A partir da metodologia do Paradigma Indiciário, teorizada pelo historiador Carlo Ginzburg (1989), foi possível construir uma interpretação para os textos selecionados. Neles encontramos as vozes de sujeitos que se expressam em um determinado lugar. Portanto, com a análise desenvolvida, percebemos que as palavras escritas refletem e refratam a realidade social, histórica e cultural em que foram enunciadas.