TCCgrad
Aplicação de cronofarmacologia no aprazamento de medicações em Unidade de terapia intensiva
Fecha
2019-11-04Autor
Schuantes Paim, Sibele Maria
Institución
Resumen
Introdução: Uma das grandes preocupações dos profissionais enfermeiros de Unidade de Terapia Intensiva é a segurança do paciente, em especial, a administração de medicações de forma segura. Uma das atribuições deste profissional nesta área é o aprazamento das medicações prescritas. A fim de fundamentar esta prática em evidências científicas, sugere-se a aplicação dos conceitos de cronofarmacologia. Objetivo: Identificar as evidências científicas sobre cronobiologia e cronofarmacologia para subsidiar a tomada de decisão clínica do enfermeiro no aprazamento das medicações de pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva. Método: Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura. A etapa inicial do estudo consistiu em analisar a lista de medicamentos disponibilizada pela farmácia de um hospital escola do sul do Brasil e identificar as principais medicações dispensadas para a Unidade de Terapia Intensiva, bem como, os medicamentos potencialmente perigosos. A partir da identificação das medicações, realizou-se a busca por estudos científicos indexados nas bases de dados Web of Science; PubMed (US National Library of Medicine and National Institutes of Health); SCOPUS; LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e Embase, no período de janeiro a maio de 2019. Resultados: A pesquisa permitiu a construção de dois manuscritos. O primeiro manuscrito aborda os Medicamentos Potencialmente Perigosos identificados, heparina e insulina, e a aplicação da cronofarmacologia. As evidências científicas apontaram que a heparina atinge o maior potencial terapêutico no período noturno. Em relação à insulina, não foi encontrado estudo sobre sua administração exógena e os achados científicos evidenciaram desacordo quanto ao ritmo circadiano da concentração plasmática da insulina e a responsividade das células B pancreáticas. Porém, estudos apontaram que a sensibilidade à insulina é menor durante a noite. O segundo manuscrito abordou outras duas medicações mais frequentes, sendo elas omeprazol e levotiroxina. Os achados indicam que a administração noturna do omeprazol apresentou-se mais eficaz sobre a acidez esofágica e gástrica em pacientes com refluxo gastroesofágico. No entanto, o horário de administração deve ser acordado com o paciente em relação à percepção dos sintomas. A administração de levotiroxina não apresentou diferença significativa no horário de sua administração relacionado aos valores de hormônios tireoidianos e perfil lipídico, sendo o melhor momento de sua administração escolhido pelo paciente. Conclusão: Os dados encontrados neste estudo são pioneiros e podem subsidiar o enfermeiro no que tange sua prática de aprazamento de medicações em Unidades de Terapia Intensiva. Acredita-se que aplicar os conceitos e as evidências científicas da cronofarmacologia no aprazamento das medicações pode contribuir para que as mesmas sejam administradas em momentos adequados, visando à maximização das suas indicações clínicas junto aos pacientes. Recomenda-se que a tomada de decisão clínica quanto ao aprazamento das medicações pelos enfermeiros seja feita a partir de discussões com a equipe de saúde a fim de aprimorar as estratégias de segurança do paciente com base evidências científicas sobre cronofarmacologia.