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De pai para filho e de filho para pai: o paradoxo de Caproni
Fecha
2020-07-01Registro en:
SANTURBANO, Andrea. “De pai para filho e de filho para pai: o paradoxo de Caproni”. In Literatura Italiana Traduzida, v.1., n.7, jul. 2020.
2675-4363
Autor
Santurbano, Andrea
Literatura Italiana Traduzida
Institución
Resumen
Certamente Freud e a psicanálise têm marcado época, propondo perspectivas interessantes; porém, também deixaram para as gerações passadas, presentes e por vir uma praga bem difícil de extirpar: o “complexo de Édipo”. Atração pela mãe, rivalidade com o pai. Há quem procurou abatê-la pela raiz, sem muitos rodeios, tentando assim derrubar a própria cultura que disso se alimentava, como é o caso de Jim Morrison e seu kill the father, fuck the mother. Mas sem querer chegar nesses cumes de paroxismo, bastaria pensar na longa tradição de relações conturbadas com os pais, termo abordado aqui na acepção masculina (lamentável o machismo da língua portuguesa, que pluraliza apenas a figura paterna!). Podendo ir, por exemplo, da famosa carta de Kafka às últimas palavras sussurradas pelo pai, à beira da morte, para o filho Nathan Zuckerman, célebre alter ego de Philip Roth, em Zuckerman libertado (1981). Ou melhor, uma única palavra: “Bastardo!”. Acabando, assim, com Walter Benjamin e companhia, que acreditavam no valor da sabedoria oral a ser transmitida de pai para filho!