TCCgrad
O ensino de Educação Física no péríodo noturno: tensões, contradições e dilemas
Fecha
2015-06Autor
Espinosa, Henrique de Brito
Institución
Resumen
O presente estudo se propôs a conhecer a realidade do ensino da Educação Física no período
noturno em uma escola pública da cidade de Florianópolis-SC. Como instrumento de coleta
de dados realizamos uma entrevista com o professor de Educação Física do período noturno
da E.EB Padre Anchieta, um Grupo Focal com uma turma do terceiro ano do ensino médio do
período noturno da escola e também análise de documentos da escola (PPP, ficha de matricula
dos alunos e demonstrativo da unidade escolar). Verificou-se que a precarização da escola
pública noturna (redução do número de funcionários, fechamento de salas e laboratórios,
invasões às quadras poliesportivas da escola, etc) é ainda mais intensa e se reflete diretamente
no trabalho do professor de Educação Física. Verificou-se que as dificuldades relacionadas à
condição de ACT do professor de Educação Física do período noturno, que vão desde a
instabilidade de emprego até os horários “picados” que lhe são destinados, acabam afetando e
dificultando o seu trabalho pedagógico. Em relação à prática de ensino da Educação Física no
período noturno, na escola pesquisada, verificou-se que o antigo professor de Educação Física,
que lecionava no período noturno, se encontrava em um estado denominado de
“desinvestimento pedagógico” e, portanto, os alunos não estavam acostumados a realizar uma
aula de Educação Física. Verificou-se também que o atual professor de Educação Física do
período noturno concebe a Educação Física como atividade física, ou seja, a concebe como
um conjunto de atividades específicas que visam ao aprimoramento físico de seus alunos e
que, por isso, a Educação Física no período noturno acaba se configurando também como
uma não aula e compensa o stress e o cansaço causados pelo trabalho. Concluirmos então, que
a maneira pela qual o ensino da Educação Física vem sendo conduzido no ensino noturno, na
lógica de atividade física, restrita em termos de conteúdos culturais, tratada sem grandes
exigências de aprendizagem e descomprometida com a aquisição de conhecimentos se
configura como um faz de contas o que contribui para o esvaziamento ético, cultural e
institucional da escola.