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Subsídios para o plano controle do coral invasor coral-sol (Tubastraea coccinea) na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo: aspectos reprodutivos e modelagem da distribuição potencial
Fecha
2020-08-25Autor
Custódio, Fernanda Yumi
Institución
Resumen
Espécies invasoras representam uma grande ameaça às comunidades biológicas. Nos
ambientes marinhos, a introdução de espécies com potencial invasor ocorre pela ação
humana, como é o caso do coral-sol. No Brasil, o coral invasor Tubastraea coccinea
apresenta limite sul de distribuição como invasor no estado de Santa Catarina. Fatores
determinantes para o sucesso da invasão incluem a pressão de propágulos - número de
indivíduos liberados, em um ou mais eventos de introdução, em uma região em que não são
nativos - e a reprodução, onde o esforço reprodutivo é um fator chave. O esforço reprodutivo
trata-se da energia alocada para a reprodução e é estimado a partir da fecundidade em corais.
Compreender os aspectos reprodutivos do coral-sol é fundamental para a determinação dos
períodos mais adequados para ações de controle da espécie no ambiente invadido. O objetivo
deste trabalho foi investigar o esforço reprodutivo a fim de se verificar os períodos de pico
reprodutivo bem como verificar a relação entre produção de propágulos e volume do pólipo.
Pólipos centrais de colônias de T. coccinea coletadas em 2018 e 2019 foram dissecados para a
contagem de propágulos reprodutivos. No total, 126 pólipos foram analisados e propágulos
reprodutivos foram observados ao longo de todo o ano com picos em setembro e novembro e
a liberação de propágulos parece ocorrer entre janeiro e fevereiro. O número médio de
propágulos por pólipo foi de 153,84 (±165,63) e uma forte correlação positiva entre número
de propágulos e volume do pólipo foi verificada pela correlação de Spearman (r = 0,77, valor
de p < 0,001). O manejo das colônias de T. coccinea deve ser feito de janeiro a fevereiro e de
julho a agosto, períodos que antecedem os meses de pico reprodutivo. A partir de estudos
como este sobre a biologia reprodutiva da espécie invasora, é possível adotar medidas mais
eficientes de manejo a fim de se proteger a comunidade marinha local.