Tesis
Meu primeiro celular: competência crítica em informação para crianças
Author
Figueiredo, Talita Soares
Institutions
Abstract
The early and prolonged access of children into the online universe draws attention to the
importance of the development of skills so they enjoy the opportunities offered by the
digital environment, as well as protect themselves from the risks. The pandemic of the
new coronavirus, and the consequent social isolation, changed the habits of children in
the use of the ICTs, mainly the time they spend online. This work aims, first, to
deconstruct the common sense that reverberates that the “digital natives” are born ready
to use electronic equipment because they demonstrate instrumental skills in the daily
handling of screens, the mobile being the most common one. For this, we base ourselves
in the concept of critical information literacy to advocate the need for children to develop
a critical attitude to deal in safe, ethical and healthy ways with a series of phenomena to
which they are exposed when they become consumers and producers of information. The
general objective of this work is to investigate and analyze the strategies that fathers and
mothers of children between 8 years old and 12 years old use to promote the critical
information literacy of sons and daughters in the use of smartphones. Regarding the
methodology, this is a qualitative research that included, in addition to the bibliographical
review covering the fields of Information Science, Social Communication, Philosophy
and Pedagogy, the analysis of the empirical data obtained through the application of 154
questionnaires and the realization of 15 in-depth semi-structured interviews, both
digitally accomplished. The responses were evaluated based on categories that cover the
types of use of the mobile, the time children spend using the device and the way in which
parental mediation is conducted. We found that, although some strategies are more
focused on restricting the use of the smartphone to avoid its risks, some parents stablish
a dialogue to raise awareness on ICTs use, approaching the fundaments of critical
information literacy and critical pedagogy. O ingresso, precoce e prolongado, das crianças ao universo online chama a atenção para
a necessidade de desenvolvimento de capacidades para lidar com as oportunidades
oferecidas pelo ambiente digital, bem como para se proteger dos riscos inerentes a ele. A
pandemia do novo coronavírus, e o consequente isolamento social, alterou hábitos das
crianças no uso das TICs, ampliando tipos de uso e, principalmente, o tempo que
dispendem no manuseio do celular. Este trabalho pretende, primeiramente, descontruir a
noção aparentemente consagrada pelo senso comum de que estes “nativos digitais”
nascem preparados para usar equipamentos eletrônicos porque demonstram competência
instrumental no manusear cotidiano das telas, sendo o smartphone a principal delas.
Dessa forma, nos baseamos no conceito de competência crítica em informação (CCI) para
argumentar pela necessidade de crianças desenvolverem uma atitude crítica para lidarem
de forma segura, ética e saudável com uma série de fenômenos a que são expostas no
momento em que se tornam consumidoras e produtoras de informação. Nosso objetivo
geral é investigar e analisar as estratégias que pais e mães de crianças entre 8 e 12 anos
usam para estimular a competência crítica em informação dos filhos e filhas no uso de
celulares. No que concerne a metodologia, esta é uma pesquisa qualitativa que inclui,
além do levantamento bibliográfico perpassando os campos da Ciência da Informação,
Comunicação Social, Filosofia e Pedagogia, a análise de dados empíricos obtidos por
meio da aplicação de 154 questionários digitais e da realização de 15 entrevistas
semidirigidas em profundidade, ambos por meio virtual. As respostas foram avaliadas a
partir de categorias propostas para tratar dos tipos de uso que as crianças fazem do celular,
do tempo de uso dedicado ao dispositivo e da forma de condução da mediação parental.
Apuramos que, embora algumas estratégias estejam mais voltadas para a restrição de
forma a evitar os riscos do uso do celular, alguns responsáveis se pautam no diálogo como
forma de conscientizar a criança, aproximando-se da CCI e da pedagogia crítica.