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Escrevo com o corpo: (inter)corporeidade em “A hora da Estrela”, de Clarice Lispector – uma teorização comparatista biográfica-fronteiriça
Registro en:
10.47133/NEMITYRA2021200A7
Autor
Marina Maura de Oliveira
Edgar Cézar Nolasco
Institución
Resumen
O trabalho visa discutir a partir de uma teorização comparatista biográfica-fronteiriça sobre a presença da (inter)corporeidade (Pessanha, 2018) dos corpos que encenam na obra A hora da estrela (2020) da escritora Clarice Lispector. A ideia é realizar uma leitura outra, contrapondo aos moldes teóricos acerca da “literatura comparada” dita, tradicional ocidental/moderna. Para alcançar o objetivo do trabalho, a base teórica empregada é a crítica biográfica fronteiriça (Nolasco, 2015), além dos conceitos como desobediência epistémica (Mignolo, 2017); intercorporeidade (Pessanha, 2018) e desprendimento (Mignolo, 2017), serão fundamentais para que embasemos nossas reflexões teóricas em uma epistemologia outra, a exemplo, a da fronteiriça-sul, propondo que sejamos desobedientes e nos desprendemos dos conceitos criados para delimitar as corporeidades, os lugares, os saberes e as culturas. A partir disso, abordamos nossas reflexões considerando os corpos outros como conceitos de uma episteme cultural, portanto, detenho-me na prática de teorização comparatista biográfica-fronteiriça a fim de pôr em “comparação” os corpos fronteiriços a partir da inscrição (inter)corporal descolonial do livro A hora da estrela em que a autora supostamente nos adverte sobre a presença dos corpos do autor-narrador-personagem Rodrigo S.M., o corpo da protagonista Macabéa e o corpo da autora Clarice Lispector. Na esteira disso, a primorosa obra é a que mais aproxima Clarice Lispector do existencialismo, com sua inscrição autoral/corporal. Por fim, entre os teóricos que embasam a metodologia adotada, sobressaem-se os críticos, como Walter Mignolo (2017), Edgar Cézar Nolasco (2015) e Juliano Pessanha (2018).