Foram submetidas ao Teste das três personagens, de Madeleine Thomas-Backes, 288 estudantes do sexo feminino, de um curso de psicologia de cinco anos de duração, de duas universidades brasileiras. Este teste consiste de 20 perguntas referentes a três personagens imaginados. Ao fim do teste o autor pede os comentários dos participantes. As 288 respostas foram analisadas sob os seguintes aspectos: a) aceitação e rejeição, uma tentativa de classificação; b) envolvimento emocional consigo mesmo ou com o conjunto de seus três personagens; c) projeção admitida ou não. Resultou da análise que, em geral, o teste era mais bem aceito nos dois primeiros anos de estudo do que nos seguintes, à medida que a rejeição aumentava, especialmente nos últimos dois anos. Levantaram-se hipóteses para explicar tais fatos. O ponto culminante do envolvimento emocional, seja consigo mesmo ou com o grupo de personagens imaginadas, foi atingido no segundo ano, enquanto o reconhecimento da projeção surgiu somente nos dois últimos anos de estudo, e mesmo assim numa percentagem pouco elevada, não admitida ou evitada por vários mecanismos de defesa. O reconhecimento e a compreensão crescentes do fenômeno psicológico de projeção não foi acompanhado no mesmo ritmo pela diminuição do envolvimento emocional. Isto nos leva à exigência de se oferecer aos estudantes mais oportunidades para a maturação não só através da aquisição de conhecimentos profissionais como também para a maturação pessoal. Todas as partes do estudo são acompanhadas por comentários verbais e opiniões proferidas pelos próprios estudantes do curso de cinco anos de duração do estudo universitário de psicologia.