Até agora, praticamente sozinho no investimento de longo prazo em projetos industriais e de infraestrutura no Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) começa a se preparar para reduzir sua presença no mercado de crédito brasileiro. “As operações mais simples, de prazos menores, são o espaço em que outros bancos poderiam entrar. Já nas de muito risco, como as de inovação ou de investimentos em infraestrutura com 20, 30 anos de maturação, é interessante para o país manter uma estrutura institucional mais estável”, afirma o diretor de Planejamento do Banco, João Carlos Ferraz. Diante da necessidade de ampliação dos financiamentos com prazos acima de dez anos de maturação para sustentar o crescimento da economia, e da crítica por disponibilizar ao capital privado recursos subsidiados pelo Tesouro Nacional, o banco encabeça uma discussão com a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Bolsa de Valores e demais agentes financeiros para convencêlos a um olhar de longo prazo no mercado de crédito. A seguir, os melhores trechos da entrevista.