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Territorie and identity: analysis of social-spatial organization scales in a Lisbon's neighbourhood
Territórios e identidade : sobre escalas de organização sócio-espacial num bairro de Lisboa
Autor
Cordeiro, Graça Índio
Institución
Resumen
This article suggests a discussion about the building of territorial identities, actively produced through the exercising of festive and cyclical sociabilities, based on a ethnographic and historical research on a popular neighbourhood of Lisbon carried out in the beginning of the 90¿s. Considering the very notion of popular neighbourhood as a questionable and frequently reified unit of analysis, an micro-social level analysis based on first hand observations is proposed in order to identify some of the internal divisions of the neighbourhood studied. These divisions reveal the existence of strong, micro-territorialised local interaction ties whose ways of quotidian sociability contribute to the production of specific local interaction scenes in which certain supra-local institutions also participate. By comparing some present and past examples of the way residents appropriate themselves of certain streets and local associations while performing the festivity is possible to conclude that the neighbourhood should be understood not as a delimited territorial unity but as a close social territory, real and imagined, permeable and with ambiguous, plastic, contextual frontiers. Baseando-se numa pesquisa etnográfica e histórica sobre um bairro popular da cidade de Lisboa, feita no início dos anos 90, o artigo sugere uma discussão em torno da construção de identidades territoriais, produzidas activamente através do exercício de certas sociabilidades festivas e cíclicas. Tomando como questionável a própria noção de bairro popular como unidade de análise muitas vezes reificada, é proposta uma análise de nível micro-social, com base em observações de primeira mão, com o objectivo de identificar algumas das clivagens internas do bairro em análise, clivagens estas reveladoras da existência de fortes nós de interacção local, micro-territorializados, cujas formas de sociabilidade quotidiana contribuem para a produção de quadros de interacção local específicos, dos quais participam, igualmente, certas instituições supra-locais. Assim, e a partir de alguns exemplos sobre o modo como os seus habitantes, ao fazer a festa, se apropriam de certas ruas e associações locais, comparando situações presente e passadas, permite-se concluir que o bairro deverá ser entendido, não como uma unidade territorial delimitada, e sim como um território social aproximado, real e imaginado, permeável e de fronteiras ambíguas, plásticas, contextuais.