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Medieval and modern in iberian colonization
O medieval e o moderno no mundo ibérico e ibero-americano.
Autor
Domingues, Beatriz Helena
Institución
Resumen
The paper examines the distinctive points of Iberian colonization in America, especially in comparison with the English one, emphasizing the different insertion of England and of Spain and Portugal into Western modernity at the turn of the 16th century. In the two early national states of the Iberian Peninsula, modern characteristics like humanistic anthropocentrism, coexisting with medieval thomism, allow us to speak of a "medieval modernity'. The Iberians would embrace modern philosophy and science only at the 18th century, inspired by enlightenment, but even then the result would be an eclectic approach. The same characteristics, though not in the same form, are present in colonial Iberian America, with its political and administrative institutions and its selective reception of Descartes' and Copernicus' ideas. They can also be seen in the eclecticism of Iberian America's Enlightenment, and they even influenced the political emancipation of the Iberian colonies at the beginning of 19th century. Trata-se de um trabalho apresentado no 49 Congresso Internacional de Americanista, em julho de 1997, em Quito, Equador. A idéia da comunicação é refletir sobre a especificidade da colonização da Iberoamérica, especialmente quando comparada com a da Angloamérica, tomando como referência a diferente inserção dos Países Ibéricos e da Europa Anglo-Saxônica na chamada Modernidade Ocidental, na virada do século XVI para o XVII. Em nosso entender, a singularidade da Idade Média na Península Ibérica - convivência entre cristãos, muçulmanos e judeus; ampla divisão da filosofia aristotélica-tomista -, bem como a precocidade da constituição dos estados nacionais português e espanhol, seguida de uma expansão ultramarina pioneira, condicionou uma relação singular dos ibéricos com o humanismo do século XVI e com a filosofia e a ciência moderna no século XVII. Estamos denominando essa situação uma Modernidade Medieval, que assumiu precocemente características modernas como o antropocentrismo humanista, mas optou por modernizar o tomismo medieval ao invés de abraçar a filosofia e a ciência moderna (Descartes e Galileu). Mesmo quando o fizeram, inspirados pelo iluminismo do século XVIII, o resultado foi ecletismo, uma aceitação do novo sem descartar o velho. Pretendemos mostrar a presença dessa característica, ainda que não assumindo as mesmas formas, na Iberoamérica colonial ( instituição político-administrativa, sociedade estamentária, recepção seletiva das idéias de Copérnico e Descartes), e no ecletismo que caracterizou o Iluminismo, cujos reflexos se fizeram sentir momento de sua "emancipação política" no século XIX, e ainda persistem nas reclamações sobre a insuficiente modernidade da América Latina ( e do Brasil). ( p. 195-217)