Thesis
Assédio sexual nas relações de trabalho: um estudo com mulheres em cargo de liderança
Fecha
2021-02-26Autor
Oleto, Alice de Freitas
Institución
Resumen
O assédio sexual relacionado ao trabalho é tema pouco estudado na realidade acadêmica brasileira, embora seja possível perceber a relevância de seu estudo no âmbito das organizações. Daí a ideia de se discutir a violência sexual no trabalho a partir dos casos de assédio sexual sofrido por mulheres brasileiras em cargos de liderança. Com base nesse entendimento, esta pesquisa tem por objetivo analisar as situações de assédio sexual sofridas por mulheres em cargo de liderança em suas trajetórias profissionais, e como os casos de assédio sexual foram vivenciados por elas e tratados pelas organizações em que trabalham (vam). A discussão se mostra relevante na medida em que essa mulher está inserida em um contexto organizacional de dominação masculina, no qual se espera que a mulher não ocupe cargos estratégicos. A pesquisa tem como base a perspectiva teórica do construcionismo social de Berger e Luckman (1999) e a abordagem metodológica qualitativa fundamentada nos dados (grounded theory), com base na perspectiva interacionista simbólica de Charmaz (2009). Os dados foram obtidos de 43 entrevistas com mulheres que ocupam ou ocuparam cargos de liderança em organizações no Brasil. A pesquisa conclui que 1) o assédio sexual ainda está muito presente na trajetória profissional das mulheres no mercado de trabalho, impactando direta ou indiretamente sua ascensão aos cargos de liderança, 2) a violência sexual traz consequências à saúde física e mental das mulheres, além de uma alta carga de emoções e sentimentos negativos, degradantes e traumatizantes, 3) quando as mulheres chegam ao cargo de liderança, elas praticamente passam a não sofrer mais assédio sexual, 4) as organizações ainda tendem a perceber o assédio sexual como uma parte normalizada da cultura organizacional, não mostrando qualquer tipo de engajamento em evitar ou reduzir os casos de assédio sexual dentro de seu ambiente organizacional. A teoria substantiva apresenta que o assédio sexual sofrido pelas mulheres no trabalho ainda é muito presente, e deixa traços maléficos, mas este tende a se extinguir quando elas alcançam cargo de liderança. A teoria é provisória e contingente e reflete a interpretação de uma pesquisadora em particular. Espera-se que ela amplie o campo de estudos da Administração e estimule pesquisadores na continuidade da investigação acerca do assédio sexual praticado contra mulheres em cargo de liderança. Sexual harassment related to work is a topic that has been little studied in the Brazilian academic reality, although it is possible to perceive the relevance of its study in the scope of organizations. Hence the idea of discussing sexual violence at work based on cases of sexual harassment suffered by Brazilian women in leadership positions. Based on this knowledge, this research aims to analyze the situations of sexual harassment suffered by women in leader ship positions in their professional trajectories, and how the cases of sexual harassment were experienced by them and treated by the organizations in which they work (vam). The discussion is relevant to the extent that this woman is inserted in an organizational context of male domination, where it is expected that the woman does not occupy strategic positions. The research is base on the theoretical perspective of social constructionism of Berger and Luckman (1999) and qualitative methodological approach (grounded theory), based on the symbolic interactionis perspective of Charmaz (2009). Data were obtained from 43 interviews with women who hold or have held leadership positions in organizations in Brazil. The research concludes that 1) sexual harassment is still very present in the professional trajectory of women in the labor market, directly or indirectly impacting their rise to leadership positions, 2) sexual violence has consequences for the physical and mental health of women, in addition to a high load of negative, degrading and traumatizing emotions and feelings, 3) when women reached the leadership position, they practically no longer suffered sexual harassment, 4) organizations still tend to perceive sexual harassment as a part normalized organizational culture, showing no commitment to avoid or reduce cases of sexual harassment within its organizational environment. The substantive theory shows that the sexual harassment suffered by women at work is still very present, leaving traces of evil, but that tends to be extinguished when they reach a leadership position. The theory is provisional and contingent and reflects the interpretation of a particular researcher. It is expected that it will expand the field of Administration studies and encourage researchers to continue their investigation of sexual harassment against women in leadership positions. El acoso sexual relacionado con el trabajo es un tema poco estudiado en la realidad académica brasileña, aunque es posible percibir la relevancia de su estudio en el ámbito de las organizaciones. De ahí la idea de discutir la violencia sexual en el trabajo a partir de casos de acoso sexual sufridos por mujeres brasileñas en posiciones de liderazgo. A partir de este entendimiento, esta investigación tiene como objetivo analizar las situaciones de acoso sexual que sufren las mujeres en puestos de liderazgo en sus trayectorias profesionales, y cómo los casos de acoso sexual fueron vividos por ellas y tratados por las organizaciones en las que trabajan (vam). La discusión es relevante en la medida en que esta mujer se inserta en un contexto organizacional de dominación masculina, donde se espera que la mujer no ocupe posiciones estratégicas. La investigación se basa en la perspectiva teórica del construccionismo social de Berger y Luckman (1999) y el enfoque metodológico cualitativo basado en los datos (teoría fundamentada), basado en la perspectiva interaccionista simbólica de Charmaz (2009). Los datos se obtuvieron de 43 entrevistas con mujeres que ocupan o han ocupado cargos de liderazgo en organizaciones en Brasil. La investigación concluye que 1) el acoso sexual sigue estando muy presente en la trayectoria profesional de las mujeres en el mercado laboral, impactando directa o indirectamente su ascenso a puestos de liderazgo, 2) la violencia sexual tiene consecuencias para la salud física y mental de las mujeres, además a una alta carga de emociones y sentimientos negativos, degradantes y traumatizantes, 3) cuando las mujeres alcanzan la posición de liderazgo, prácticamente ya no sufren acoso sexual, 4) las organizaciones aún tienden a percibir el acoso sexual como parte de la cultura organizacional normalizada, sin mostrar compromiso para evitar o reducir los casos de acoso sexual dentro de su entorno organizacional. La teoría sustantiva muestra que el acoso sexual que sufren las mujeres en el trabajo todavía está muy presente, dejando huellas de maldad, pero que tienden a extinguirse cuando alcanzan una posición de liderazgo. La teoría es provisional y contingente y refleja la interpretación de un investigador en particular. Se espera que amplíe el campo de los estudios de Administración y anime a los investigadores a continuar su investigación sobre el acoso sexual contra mujeres en puestos de liderazgo.