Dissertation
Práticas empresariais de inovação para sustentabilidade para o combate às mudanças climáticas
Fecha
2021Autor
Silveira, Lucas Coury
Institución
Resumen
Estudos recentes apontam que a indústria da moda contribui anualmente com aproximadamente 4% a 7% das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) globais, excluindo a fase de uso das peças. Além de uma mudança de matriz energética, são apontados outros elementos importantes para uma alteração dessa rota. Estes incluem design de produtos mais duráveis e sustentáveis, escolha de fibras com menor impacto ambiental, processos com maior eficiência energética, reaproveitamento e reintrodução no processo produtivo de peças descartadas, mudança de hábitos de consumo, dentre outros. Algumas empresas do setor têm se comprometido publicamente com metas de redução de emissões, mas pouco se sabe como pretendem atingilas. O objetivo deste trabalho é compreender como as empresas varejistas de moda nacional estão incorporando práticas orientadas à sustentabilidade e ao combate às mudanças climáticas à luz da ecoinovação, tecnologias verdes e circularidade e como estas se refletem na gestão da sua cadeia de fornecimento. O método escolhido para realizar esta pesquisa foi um estudo de caso de “dois casos” com varejistas de moda de grande porte do contexto nacional. Foram realizadas entrevistas exploratórias com diversos atores destas empresas para levantamento das práticas, implementadas e planejadas, para posterior classificação e qualificação destas de acordo com a literatura referenciada. O mesmo foi feito com as oportunidades e barreiras relatadas. Como resultado do trabalho, foram identificadas 31 práticas de inovação orientadas para o combate às mudanças do clima apontadas pelas duas empresas em questão. Ao qualificálas, fica evidente que há uma significativa distância das empresas do setor com relação a maturidade em sustentabilidade. Há um esboço de agenda climática em construção e as iniciativas implantadas estão concentradas majoritariamente na ecoeficiência de processos internos sem se estenderem para a gestão da cadeia de fornecimento. As práticas de circularidade estão em fase de ideação ou pilotagem enquanto as tecnologias alternativas ainda são incipientes e pouco adotadas. A necessária mudança de paradigma que evite produção e consumo em excesso está distante de ser realidade. Recent studies show that approximately 4-7% of annual global greenhouse gas emissions originate within fashion supply chains. This does not include emissions from use and disposal of fashion apparel. Changing the energy matrix is one way to address the challenge. Other tactics include promoting durable sustainable design, low environmental impact fibres, energy efficient processes, reusing and recycling clothing back into production processes, and changing consumer behaviour. Companies in the sector have committed publicly to reducing emissions but little is known regarding how they will accomplish this. This study aims to understand how national fashion retailers are incorporating sustainability practices geared to fighting climate change, specifically through eco-innovation, green technologies and circularity, into their business models. The research also looks at how this reflects in the management of their supply chains. A case study methodology was applied using exploratory interviews conducted with multiple representatives from two large national retailers. Sustainable practices were identified and subsequently classified based on existing literature on the topic. Opportunities and challenges described in the interviews were similarly assessed and categorized. A combined total of thirty-one relevant innovation practices were identified. Sector maturity with regard to sustainability is significantly different from other sectors. The climate agenda is tentative and sustainability initiatives that have been implemented are primarily clustered around adoption of eco-efficiency in internal processes. They have not been extended to supply chains. Circular economy practices are in ideation or pilot stage while alternative technologies are new and relatively unused. The paradigm change necessary to counter excessive production and consumption levels remains a distant reality.