Dissertation
Fatores que influenciam o acesso à saúde privada pela população idosa nacional por região
Fecha
2018-12-14Autor
Calzavara, Juliana Tavares
Institución
Resumen
O Brasil está no ápice do processo de transição demográfica, com aumento da longevidade, recuo das taxas de natalidade e incremento da razão de dependência dos idosos em relação à população potencialmente produtiva. Além disso, o país atravessa uma transição epidemiológica mais prolongada em relação a outros países, devido à coexistência de velhos e novos problemas de saúde. Este contexto nacional impõe grandes desafios às operadoras de planos de saúde que precisam manter as suas operações sustentáveis, não obstante o crescimento dos custos médicos, a alteração da pirâmide etária de sua base de beneficiários, a forte regulação imposta e as diferentes falhas de mercado que dificultam alocações eficientes e demandam mecanismos que previnam a seleção adversa e o risco moral. Este estudo tem como objetivo principal identificar quais são os fatores que influenciam na posse de planos de saúde privados dos idosos e como objetivo secundário mapear as condições socioeconômicas e demográficas desse contingente populacional. Todas as análises foram feitas de forma nacional e também segregada por região do país, a fim de captar as idiossincrasias de cada grupo populacional e as heterogeneidades de acesso à saúde pública, com vistas a ensejar a aplicação de ações específicas em cada uma das zonas regionais pelos agentes tomadores de decisão em saúde privada. As fontes dos dados foram a Pesquisa Nacional de Saúde – PNS do IBGE, Dados Básicos para a Saúde – IDB e Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES do DATASUS. Realizou-se uma análise exploratória dos dados a partir da escolha de 16 variáveis agrupadas em 6 categorias e a aplicação de um modelo de regressão logística para identificação dos fatores que influenciam nas chances de posse de plano de saúde da população idosa. Os resultados indicam a necessidade de atuação dos agentes públicos e privados de forma direcionada a cada uma das regiões do país, dadas as diferenças estruturais encontradas. Além disso, pôde-se perceber que grande parcela da população idosa com mais fragilidade não possui cobertura de plano de saúde privado, demandando um olhar mais atento do Estado, e que o acesso aos planos de saúde pelos idosos é fortemente influenciado pelo seu nível econômico. Brazil is at the peak of the process of demographic transition, with increased longevity, retreat of birth rates, and increased dependency ratio of the elderly in relation to the potentially productive population. In addition, the country is undergoing a longer epidemiological transition compared to other countries due to the coexistence of old and new health problems. This national context poses major challenges to healthcare institutions which need to keep their operations sustainable, despite the increase of medical costs, the change in the age pyramid of its beneficiary base, the strong regulation imposed and the different market failures that hamper efficient allocations and demand mechanisms to prevent adverse selection and moral hazard. The main objective of this study is to identify the factors that influence the possession of private health plans for the elderly, and as a secondary objective to map the socioeconomic and demographic conditions of this population contingent. All analyzes were done nationally and also segregated by region, in order to capture the idiosyncrasies of each population group and the heterogeneities of access to public health, in order to allow the application of specific actions in each of the regional areas by decision-makers in private health. The data sources were the “Pesquisa Nacional de Saúde – PNS” from IBGE, “Dados Básicos para a Saúde – IDB” and “Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES do DATASUS”. An exploratory analysis of the data was made based on the choice of 16 variables grouped into 6 categories and the application of a logistic regression model to identify the factors that influence the chances of owning a health plan of the elderly population. The results indicate the need for action of public and private agents in a way directed to each of the regions of the country, given the structural differences found. In addition, it was possible to perceive that a large portion of the elderly population with more fragility does not have coverage of private health care, demanding a closer look from the State, and that access to health care by the elderly is strongly influenced by their economic level.