Trabalho de Conclusão de Curso
Terapêutica medicamentosa da asma em gestantes e as consequências para o feto e para a criança pós nascimento: revisão sistemática da literatura
Fecha
2017-02-08Autor
Silva, Bárbara Menezes da
Institución
Resumen
A asma é uma doença crônica, inflamatória e alérgica. Seus sintomas são tosse, sibilos
e falta de ar. Durante a gestação, a asma pode ter comportamento variável, com piora ou melhora do
quadro, pois possui influência dos mediadores humorais liberados durante a gravidez. O tratamento
medicamentoso que é preconizado na asma, inclusive na gestação, envolve corticosteroides
inalatórios, antagonista betade curta e longa duração, entre outras estratégias. Os efeitos colaterais 2
destes medicamentos envolvendo a formação do feto ainda não estão bem definidos. Objetivo:
Revisar os artigos científicos publicados no período dos últimos 20 anos que avaliam os efeitos dos
principais medicamentos utilizados para asma em gestantes e possíveis consequências deletérias para
o feto. Métodos: Revisão Sistemática da Literatura, com artigos publicado nos últimos 20 anos
obtidos nas bases de dados Pubmed (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed), LILACS
(http://lilacs.bvsalud.org/), Scielo (http://www.scielo.br/), SciVerse Scopus (www.scopus.com), Web
of Knowledge (www.webofknowledge.com) e Cochrane (www.cochrane.org) nos idiomas inglês,
português e espanhol, utilizando-se os descritores “pregnancy”, “asthma”, “offspring” e “children”.
Resultados: Foram incluídos 8 artigos para análise, os quais analisaram os efeitos dos corticoides
orais, inalatórios, intranasais, endovenosos, dos beta-agonistas de longa duração e curta duração
usados em mulheres durante a gestação e possível correlação com a ocorrência de má formação nos
fetos e crianças pós nascimento. Os artigos abordam um total de 69637 gestantes que fizeram uso de
medicamento para asma, das quais 8247 tiveram filhos com má formações ou alterações clínicas.
Das gestantes estudadas nos artigos, 5515 utilizaram broncodilatador, dessas 680 tiveram filhos com
má formação ou alterações clínicas. 5705 gestantes fizeram uso de corticóide inalatório, sendo que
825 tiveram filhos com má formações ou alterações clínicas. 8950 gestantes usaram croticóides oral,
endovenoso ou intranasal e 1325 tiveram filhos com má formação ou alterações clínicas. Cento e
oitenta e nove gestantes usaram broncodilatador de longa duração e 30 tiveram filhos com má
formação ou ou alteração clínica. Das má formações encontradas, os sistemas orgânicos mais
afetados foram o musculoesquelético e o cardiocirculatório. Os sistemas que apresentaram menor
número de casos foram os sistema urinário e nervoso. Discussão e Conclusão: A pesquisa foi mais
facilmente realizada em países com registro de saúde eletrônico e integrado, facilitando acesso a
informações sobre a gestação e a criança após alguns anos. No Brasil, esse estudo se tornou difícil
pela baixa qualidade do registro de assistência à saúde. A análise da ação dos medicamentos
individualmente foi dificultada pela combinação de medicamentos na conduta terapêutica.Os artigos
analisados podem ter sofrido vieses de outras condições de saúde hábitos de vida da gestante que
levaram à má formação. Não foi possível concluir se a terapêutica medicamentosa habitualmente
preconizada atualmente causa efeitos sobre o feto ou criança pós nascimento, pois metade dos artigos
analisados concluíram que há relação e metade concluiu que não há relação.