Dissertação
Aspectos demográficos e epidemiológicos da hepatite B na Bahia a apartir de registros do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) em 2013
Fecha
2016-08-30Autor
Pimentel, Robércia dos Anjos
Institución
Resumen
Introdução: A hepatite B é uma doença infecciosa de distribuição universal, que afeta ambos
os sexos, apresentando-se como um grande problema de saúde pública. Causada pelo vírus B
(HBV), é a doença crônica mais comum do fígado, afetando 350 a 400 milhões de indivíduos
no mundo. Mesmo com a existência de vacina eficaz e a recomendação de uso de preservativo
nas relações sexuais, o número de pessoas acometidas por este agravo é bastante elevado.
Objetivo: Estudar os aspectos sócio-demográficos e epidemiológicos dos casos de hepatite B
notificados no estado da Bahia e avaliar o método de notificação de casos. Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo, que avaliou os dados dos pacientes do estado da Bahia,
notificados por hepatite B (B16) no Sistema de Informação de Agravos de Notificação –
SINAN. Este estudo foi feito com a análise de 371 casos notificados em todo o Estado da
Bahia, no período compreendido entre janeiro e agosto de 2013. Foram calculadas as
frequências absolutas e relativas com a utilização do programa estatístico R Core Team.
Resultados: Em relação aos aspectos sociodemográficos, 53,4% pacientes eram do sexo
masculino com média de idade de 38 anos (4 - 78 anos). A provável fonte de transmissão
mais frequente foi a via sexual, com 62,2% dos casos, seguida da fonte pessoa/pessoa com
6,4%. Foram encontradas 47,3% de notificações de casos de hepatite B com fonte de
transmissão ignorada. Em relação à escolaridade, 22,9% de pessoas infectadas por HBV
tinham ensino médio completo, enquanto 22,5% apenas o ensino fundamental incompleto.
Salvador foi o município que mais notificou hepatite B com 91 casos, seguido de Jequié com
35 e Camaçari com 24 casos. Em relação a vacina contra HBV, 76,0% dos notificados não
fizeram uso. Na classificação etiológica 97,3% das notificações foram de HBV, enquanto
2,7% apresentaram co-infecção com o vírus da hepatite C. Quanto à forma clínica, 86,9% dos
casos foram classificados como hepatite crônica e a classificação final de 80,3% dos casos
notificados foram confirmados através de exames laboratoriais. Conclusão: Foi observada
uma associação entre baixa escolaridade e presença de hepatite na população estudada. O
sexo masculino apresentou maior freqüência de positividade para o HBV. O preenchimento
da ficha de investigação não demonstrou ser uma boa ferramenta para informação dos casos
notificados.