Dissertation
Caracterização de vírus inseridos nos genomas de culicídeos vetores de patógenos
Fecha
2020Registro en:
DEZORDI, Filipe Zimmer. Caracterização de vírus inseridos nos genomas de culicídeos vetores de patógenos. 2020. 94 p. Dissertação, (mestrado)-Instituto Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, Recife, 2020.
Autor
Dezordi, Filipe Zimmer
Institución
Resumen
Elementos virais endogenizados (EVEs) são sequências de origem viral que se integraram no genoma do seu hospedeiro. Nos últimos anos, uma quantidade crescente de estudos tem demonstrado que EVEs podem adquirir uma variedade de novas funções, modificando ou originando novos genes e redes regulatórias. Mosquitos são artrópodes vetores de vários arbovírus (vírus transmitidos por Artrópodes) responsáveis por causar infecções nas populações humanas: como o vírus da dengue, chikungunya e Zika. Arbovírus possuem uma forte associação com algumas espécies de mosquitos, o que sugere que estes tenham co-evoluído com culicídeos há alguns milhares de anos. A disponibilidade de dados genômicos de culicídeos nos permite compreender as relações evolutivas e o impacto dos EVEs no genoma desses insetos. Dessa maneira, este projeto teve como objetivo caracterizar a diversidade de EVEs presentes nos genomas de 36 espécies de culicídeos, os quais representam, em sua maioria, espécies de importância médica/epidemiológica, bem como identificar possíveis impactos nestes genomas. Foram identificadas 1998 sequências de origem viral no material genético de 36 espécies de culicídeos, representando um total de 27 famílias virais. As famílias Rhabdoviridae, Chuviridae e Flaviviridae apresentam a maior quantidade de elementos endogenizados, com 597, 459 e 228 elementos, respectivamente. Foi possível relacionar dois possíveis eventos evolutivos atrelados a EVEs da família Chuviridae, a possível origem de um novo retrovírus, fruto da hibridização de retroelementos Pao com o gene que é traduzido em glicoproteína de Chuvirus, e um possível mecanismo antiviral a partir de glicoproteínas endogenizadas. Estes resultados refletem uma grande diversidade de vírus integrados ao genoma de culicídeos, e levantam questões sobre a importância desses elementos nos genomas estudados.