Tese de doutorado
Déficit, diferença interocular e maturação da acuidade visual em crianças com deficiência visual cerebral
Fecha
2012Registro en:
São Paulo: [s.n.], 2012. 153 p.
epm-3081609325498.pdf
Autor
Cavascan, Nivea Nunes [UNIFESP]
Institución
Resumen
Determinar o deficit, a diferenca interocular e a maturacao da acuidade visual de resolucao de grades em criancas com defiCiência visual cerebral, correlacionando o deficit com sexo, faixa etaria, etiologia, uso de medicamento anticonvulsivante, inclusao em programa de reabilitacao, resultado da fundoscopia e estado da motilidade extrinseca ocular. Metodos: Este estudo observacional descritivo transversal retrospectivo incluiu 245 criancas com defiCiência visual cerebral referidas para medida da acuidade visual de resolucao de grades pelo potencial visual evocado de varredura. O deficit de acuidade visual de resolucao de grades foi calculado subtraindo-se o resultado de melhor acuidade visual, obtido monocularmente ou binocularmente, da media normal para a idade corrigida do paciente e foi classificado como leve (0,2 ≤ deficit < 0,4 logMAR), moderado (0,4 ≤ deficit < 0,9 logMAR) ou grave (deficit ≥ 0,9 logMAR). A maxima diferenca interocular de acuidade visual considerada aceitavel foi de 0,1 logMAR. A etapa observacional descritiva de coorte retrospectiva incluiu 22 criancas avaliadas em no minimo tres visitas. A maturacao da acuidade visual determinada por regressao linear pela inclinacao da reta ajustada que descreve a acuidade visual (em logMAR) em funcao da idade corrigida (em log de semanas). O nivel de significancia estatistica foi considerado como P≤0,05. Resultados: Do total, 146 criancas eram do sexo masculino (59,59%) e 99 do sexo feminino (40,41%), com idades variando de 1,15 a 166,54 meses (media=31,05 ± 29,20 meses; mediana=19,10 meses). O deficit de acuidade visual de resolucao de grades variou de 0,17 a 1,44 logMAR (media=0,73 ± 0,29 logMAR; mediana=0,72 logMAR), e foi considerado moderado em 53,47% dos casos, grave em 30,20% e leve em 16,33%. O deficit foi significantemente maior no sexo masculino (P=0,023), nas criancas avaliadas a partir do segundo ano de vida (P<0,001), nos usuarios de medicamento anticonvulsivante (P<0,001), na presenca de palidez de papila leve (P=0,0147) e de estrabismo associado a nistagmo (P=0,0366). Nao houve diferenca estatisticamente significante entre o deficit das criancas agrupadas por etiologia e inclusao em programa de reabilitacao. A diferenca interocular de acuidade visual de grades foi calculada em 180 (73,47%) criancas, variando de 0 a 0,66 logMAR (media=0,08 ± 0,10 logMAR ; mediana=0,05 logMAR) e foi significantemente maior para a condicao de estrabismo associado a nistagmo (P=0,0088). Na etapa longitudinal, o deficit final foi significantemente maior quando comparado ao inicial (P=0,0069) e a taxa media de maturacao foi de -0,19 logMAR/log semanas. Conclusoes: O deficit de acuidade visual de resolucao de grades na defiCiência visual cerebral foi moderado ou grave em 83,67% das criancas. A diferenca interocular de acuidade visual foi normal em 79,44% dos casos estudados. A taxa media de maturacao visual foi lentificada, quando comparada aos dados normativos