Dissertação de mestrado
Análise imunoistoquímica do processo oponente da regulação afetiva em resposta ao uso crônico de álcool
Autor
Conte, Rafael [UNIFESP]
Institución
Resumen
Objective: The neurotransmitters dopamine and CRF have been associated, respectively, to
the neural pathways responsible for the positive and negative reinforcing effect of alcohol.
This study had the following objectives: a) to analyze the motor and anxietyassociated
behaviors of rats submitted to a protocol of chronic alcohol ingestion for four weeks; b) to
analyze, in the brains of the same animals, the immunoreactivity to the neurotransmitters
Dopamine and CRF. Material and Methods: Twentyfour
Wistar rats from
CEDEME/UNIFESP were submitted to a voluntary ingestion protocol of alcoholic solution
20% (twobottle
choice paradigm) of an intermittent nature (alcohol was offered on Mondays,
Wednesdays, and Fridays) for four weeks. The Open Field test was used for cerebral motor
activity analysis and the Elevated Plus Maze test for the analysis of the behaviors associated
with anxiety. After perfusion and histological preparation of brain tissue containing areas of
interest of the dopaminergic and CRFergic systems, immunoreactivity analysis was
performed on the respective systems utilizing the immunoperoxidase technique. Results:
The Open Field test analysis allowed the classification of the alcohol consuming animals in
high motor activity and low motor activity. The results obtained from the Elevated Plus Maze
test showed that the high activity animals produced fewer fecal boli indicating an anxiolytic
effect of alcohol on these animals. Immunohistochemical analysis showed that animals that
chronically ingested alcohol solution showed lower immunoreactivity to dopamine when
compared with the control group. Conclusions: Through the present study, it can be
concluded that animals that consumed alcoholic solution in a chronic and intermittent manner
could be classified as animals of high or low motor activity and those classified as high motor
activity animals were those that consumed significantly more alcohol. No anxiolytic effect of
ethanol was observed in the behavioral tests, as well as no effect on the brain stress system.
However, we observed an inhibitory effect of chronic alcohol consumption on the
dopaminergic reward brain system, regardless of the motor activity classification. Objetivo: Os neurotransmissores dopamina e CRF têm sido associados, respectivamente,
às vias responsáveis pelo efeito reforçador positivo e negativo do álcool. Este estudo teve
como objetivos: a) analisar os comportamentos motor e associado à ansiedade de ratos
submetidos a um protocolo de ingestão crônica de álcool por quatro semanas; b) analisar,
nos cérebros dos mesmos animais, quanto à imunorreatividade aos neurotransmissores
Dopamina e CRF. Material e Métodos: Foram utilizados 24 ratos Wistar provenientes do
CEDEME/UNIFESP, submetidos ao protocolo de ingestão voluntária de solução alcoolizada
a 20% (paradigma das duas garrafas) de caráter intermitente (álcool oferecido durante as
segundas, quartas e sextasfeiras)
durante quatro semanas. O teste do Campo Aberto foi
utilizado para análise motora e o teste do Labirinto em Cruz Elevado para análise dos
comportamentos associados à ansiedade. Após perfusão e preparação histológica do tecido
cerebral contendo áreas de interesse do sistema dopaminérgico e CRFérgico, foi realizada a
análise de imunorreatividade aos neurotransmissores dos respectivos sistemas através da
técnica de imunoperoxidase. Resultados: A análise do Campo Aberto permitiu classificar os
animais que consumiram álcool em relação à atividade motora (alta atividade e baixa
atividade). Os resultados obtidos no teste do Labirinto em Cruz Elevado mostraram que os
animais de alta atividade produziram menos bolos fecais indicando efeito ansiolítico do álcool
sobre esses animais. A análise imunoistoquímica demonstrou que animais que ingeriram
álcool cronicamente apresentaram menor imunorreatividade à dopamina quando
comparados ao controle. Conclusões: Por meio do presente estudo podese
concluir que
animais que consumiram solução alcoolizada de forma crônica e intermitente puderam ser
classificados em animais de alta atividade e de baixa atividade motora, e os considerados de
alta atividade foram aqueles que consumiram significativamente mais álcool. Na dose
utilizada, não foi observado efeito ansiolítico do etanol nos testes comportamentais, assim
como nenhum efeito sobre o sistema cerebral de estresse. No entanto, foi observado efeito
inibitório do consumo crônico de álcool sobre o sistema cerebral de recompensa
dopaminérgico, independente do perfil de alta ou de baixa atividade motora.