Tese
Transtorno de estresse pós-traumático em universitários vítimas de violência doméstica na infância e na adolescência
Fecha
2013Autor
Nogueira, José Rômulo Feitosa
Nogueira, José Rômulo Feitosa
Institución
Resumen
Objetivo: Investigar a prevalência de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) em
estudantes universitários vítimas de traumas sexuais, físicos e psicológicos ocorridos em
ambientes domésticos, vivenciados na infância e na adolescência. Método: Estudo de corte
transversal e caráter censitário, em sete instituições localizadas na região Nordeste do Brasil,
com alunos maiores de 18 anos do primeiro e do último semestres teóricos dos cursos de
graduação. A coleta de dados efetivada em 2011 utilizou as seguintes escalas: Questionário
Sóciodemográfico, Questionário de História de Trauma (THQ) e PTSD Checklist-Civilian
Version (PCL-C). A estatística descritiva foi utilizada para analisar os dados processados com
o uso do Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 17.0. O estudo foi financiado
pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e aprovado em
Comitês de Ética em pesquisa dos estados da Bahia e da Paraíba. Resultados: Dentre 2.589
sujeitos elegíveis para o estudo, participaram 2.282 (88,1%), destes, 648 (28,4%) foram
expostos a traumas domésticos. Os abusos físicos e psicológicos ocorreram com maior
frequência do que os abusos sexuais. Os traumas físicos e psicológicos foram mais frequentes
na adolescência e os traumas sexuais tiveram maior frequência no período da infância. As
vítimas de traumas domésticos com maior renda familiar apresentaram maior prevalência para
TEPT. Os sujeitos que vivenciaram traumas no âmbito doméstico, tanto na infância quanto na
adolescência, tiveram maior prevalência para sintomas de TEPT do que os sujeitos com
traumas domésticos somente na infância ou somente na adolescência. A prevalência de TEPT
nos estudantes vítimas de traumas sexuais, físicos e psicológicos ocorridos em ambientes
domésticos, representou, praticamente, o dobro da prevalência encontrada nos sujeitos sem
traumas domésticos. Conclusão: Indivíduos expostos a abusos infantis, em âmbito doméstico,
podem se tornar mais propensos a desenvolver Transtorno de Estresse Pós-Traumático.