O presente artigo discorre a respeito da criação em Dança Contemporânea a partir do elemento memória. O estudo se articula em uma discussão entre alguns conceitos sobre memória e processos de criação em dança contemporânea com reflexões de alguns estudiosos no âmbito da dança. A fim de refletirmos sobre as contribuições entre memória, corpo e o fazer da Dança Contemporânea, tomaremos como base algumas obras coreográficas para exemplificar esta pesquisa e partirei de algumas das minhas experiências durante o Curso de Licenciatura em Dança. Os objetivos estão pautados em refletir na possibilidade de criação em Dança Contemporânea a partir do elemento memória, bem como, possibilitar a criação em dança a partir das memórias-experiências para bailarinos, professores, coreográfos e estudiosos afins, e abordar a memória a partir do conjunto de experiências vividas pelo indivíduo-pesquisador. O procedimento metodológico da pesquisa é de cunho qualitativo-participativo, dando ênfase nas percepções que meu corpo obteve ao criar dança com memórias particulares e atrelandose isto na forma de saber e fazer artísticamente. É com esses aprendizados (no) do corpo que compreenderemos acerca das memórias que reverberam no corpo. Diante disso, consideramos que quando se dança os movimentos são apenas consequências de nossas experiências, todavia o verdadeiro sentido está além do movimento: estes trazem identidade, passado, lembranças, possibilidades de criação em dança. Desse modo, a abordagem de memórias, Dança Contemporânea contribuíram para pensar a dança de quem faz, e como isso possa a vir reverberar em diversos campos de atuação da dança sejam eles: na educação formal, informal ou não-formal, contribuindo para que alunos, bailarinos, coreógrafos e docentes tenham um olhar sensível a partir das experiências do indivíduo.