Tesis
“Ideologia de gênero”? : as reações à agenda política de igualdade de gênero no Congresso Nacional
Fecha
2019-07-11Registro en:
TEIXEIRA, Raniery Parra. “Ideologia de gênero”?: as reações à agenda política de igualdade de gênero no Congresso Nacional. 2019. 169 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciência Política)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Autor
Teixeira, Raniery Parra
Institución
Resumen
Esta dissertação analisa as proposições parlamentares que tratam do combate à agenda política de igualdade de gênero. A fonte principal de investigação foram as proposições parlamentares apresentadas sob a forma de projetos de leis, projetos de decretos legislativos, requerimentos (REQs) e requerimentos de informação (RICs) coletados no site da Câmara dos Deputados do Brasil. O objetivo da pesquisa foi o de investigar o modo de atuação política de grupos religiosos e conservadores no âmbito do Poder Legislativo Federal em torno da percepção que esses grupos têm acerca do que é uma “ideologia de gênero”. A hipótese principal que orienta essa investigação é a de que a emergência e consolidação da agenda de igualdade de gênero em nível transnacional encontrou, no Brasil, a articulação política de grupos religiosos conservadores altamente heterogêneos, que se mobilizam conjuntamente na esfera política para se oporem à efetivação da agenda de igualdade de gênero; e o fazem ativando cortes judiciais, disseminando estudos científicos favoráveis à sua pauta e mobilizando uma engenharia política que se fundamenta na difusão discursiva de que a agenda política de igualdade de gênero é, na verdade, uma “ideologia de gênero” que visa impor a efetivação e ampliação dos direitos sexuais e reprodutivos em âmbito (trans)nacional. Para cumprir com o objetivo proposto, empreendeu-se análise documental de 44 documentos, que são projetos de leis e decretos e requerimentos legislativos que tratam da “ideologia de gênero”. Os eixos da análise são: atores que têm mobilizado a expressão “ideologia de gênero”; tramitação das proposições e dinâmica político-partidária; vinculação dos atores políticos a instituições religiosas e/ou mobilização de identidade religiosa em sua atuação política; alianças entre pentecostais, neopentecostais, católicos e conservadores sem base religiosa definida.