Tesis
Desmatamentos no Cerrado na última década : perda de hábitat, de conectividade e estagnação socioeconômica
Date
2019-12-27Registration in:
GRANDE, Thallita Oliveira de. Desmatamentos no Cerrado na última década: perda de hábitat, de conectividade e estagnação socioeconômica. 2019. 153 f., il. Tese (Doutorado em Ecologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Author
Grande, Thallita Oliveira de
Institutions
Abstract
Nesta tese, investigamos os impactos do desmatamento sobre o estado de fragmentação,
conectividade e aspectos socioeconômicos do Cerrado. Primeiramente, avaliamos, em 2000 e
2017, a relação entre a conectividade e a área nativa, e se a conectividade variava com o
predomínio agropecuário. O bioma perdeu 23% de remanescentes, com piora do estado de
fragmentação. A conectividade diminuiu pela perda de fragmentos conectores e não foi função
linear da área nativa. Houve um aumento na descontinuidade entre a área nativa e a
conectividade. Sob predomínios agropecuários inferiores a 50%, a agricultura prejudicou mais a
conectividade e o estado de fragmentação do que a pecuária; acima disto, os efeitos da
agricultura e pecuária não diferiram. Depois apresentamos um modelo redes ecológicas
funcionais, avaliando se elas aumentavam a conectividade funcional, se o aumento era maior
naquelas com níveis intermediários de fragmentação, e se o predomínio agropecuário
prejudicava a conectividade funcional. As redes aumentaram a conectividade das paisagens,
especialmente daquelas com níveis intermediários de fragmentação. O predomínio
agropecuário se relacionou negativamente com a conectividade. Por fim, avaliamos como o
desenvolvimento socioeconômico e a desigualdade variavam ao longo de gradientes de
desmatamento, em 2000 e 2010, verificando se os indicadores seguiam o padrão boom-andbust
e se o aumento na produção de riquezas era acompanhado da melhoria socioeconômica e
mudanças ambientais. Observamos um aumento dos indicadores nas classes iniciais ou
intermediárias seguido de uma estabilização nas classes finais dos gradientes. O aumento das
riquezas nos municípios não esteve associado a melhorias socioeconômicas nem a mudanças
no status de conservação ambiental. Majoritariamente, os municípios ricos permaneceram
ricos, os pobres permaneceram pobres, pouquíssimos se tornaram ricos e muitos se tornaram
mais desmatados.