Tesis
Análise do uso de medicamentos potencialmente inapropriados por idosos em uma Instituição de Longa Permanência
Fecha
2020-12-03Registro en:
KHALIL, Sara da Silva. Análise do uso de medicamentos potencialmente inapropriados por idosos em uma Instituição de Longa Permanência. 2019. 154 f., il. Dissertação (Mestrado em Enfermagem)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
Autor
Khalil, Sara da Silva
Institución
Resumen
É crescente o número de idosos que reside em Instituição de Longa Permanência (ILPI), o que demanda maior atenção dos profissionais que atuam com a saúde destes, como no estudo do uso medicamentos potencialmente inapropriados (MPI), por meio de critérios explícitos. Objetivou-se nesta pesquisa analisar o uso de medicamentos prescritos em prontuários para idosos residentes em uma ILPI. Realizou-se estudo observacional transversal dos prontuários dos idosos (≥ 60 anos) com diagnóstico médico e uso contínuo de dois ou mais medicamentos por, no mínimo, há um mês. Pesquisa realizada no período de janeiro a março de 2016. Utilizou-se um instrumento de coleta de dados para obter informações de 77 idosos sobre seus problemas de saúde, dados sociodemográficos e medicamentos utilizados. Foram aplicados os critérios de Beers 2015, para a análise do uso de MPIs de acordo com a seguinte categorização: MPI-1 - Medicamentos Potencialmente Inapropriados (MPI) para os idosos; MPI-2 - MPI para idosos devido a interações fármaco-doença ou fármaco-síndromes que podem exacerbar a doença ou síndrome existente; e MPI-3 - MPI que devem ser utilizados com cautela nos idosos. A pesquisa foi aprovada por Comitê de Ética em Pesquisa. Foram realizadas análises descritivas e bivariadas, bem como a correlação entre variáveis. Houve predominância de idosos com idade ≥ 80 anos, homens, brancos, solteiros, com rede de apoio familiar e motivo morar sozinho e não ter condições de se cuidar. Os grupos de doenças mais prevalentes foram: transtornos mentais/comportamentais, doenças do sistema circulatório, sistema nervoso e doenças infecciosas e parasitárias, predominando a hipertensão arterial, demência e doença de Chagas. Houve média de 3,78 medicamentos utilizados por idoso, sendo os mais utilizados a hidroclorotiazida e o ácido acetilsalicílico. A polifarmácia (n≥5) ocorreu em de 20,3% das prescrições e houve duplicidade terapêutica em 28,6% das prescrições. Dos 80 fármacos, menos de 25% estiveram envolvidos em MPI-1 e MPI-2 e 30% com MPI-3. Os medicamentos mais prevalentes foram: MPI-1, diazepam, omeprazol e risperidona; MPI-2, diazepam, risperidona e citalopram; MPI-3, hidroclorotiazida e ácido acetilsalicílico. Diazepam, risperidona e citalopram foram os mais prevalentes como MPI-2 para o delírio, e risperidona e citalopram para demência/disfunção cognitiva. Apenas três idosos estiveram envolvidos com potenciais interações medicamentosas. Os idosos que estavam em polifarmácia apresentaram maior quantidade de doenças (p-valor 0,003). Houve correlação regular entre quantidade de doenças e MPI-2, MPI-1(r 0,31, p-valor 0,005), MPI-2 (r 0,42, p -valor <0,001) e MPI-3 (r 0,197, p-valor 0,197). A idade dos idosos correlacionou-se negativamente e em grau regular com MPI-1 (r 0,46, p-valor 0,001). Esta pesquisa demonstrou a presença de MPIs entre os medicamentos utilizados pelos idosos, bem como associação entre polifarmácia e doenças. Prescrições medicamentosas para idosos devem ser centradas nas circunstâncias individuais e nos objetivos terapêuticos. Assim, esse estudo contribui para a prática da segurança do paciente idoso pelo uso de ferramenta explícita de análise de MPIs.