Tesis
Avaliação da capacidade proliferativa e senescência em cultura primária de células pulpares de pacientes com Síndrome de Raine
Fecha
2019-06-17Registro en:
RESENDE, Augusto Pereira. Avaliação da capacidade proliferativa e senescência em cultura primária de células pulpares de pacientes com Síndrome de Raine. 2018. 83 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
Autor
Resende, Augusto Pereira
Institución
Resumen
A síndrome de Raine (RNS; OMIM #611061) é uma doença genética rara autossômica
recessiva caracterizada pela presença de osteoesclerose e anomalias craniofaciais.
Atualmente, sabe-se que existem dois fenótipos ligados a essa síndrome, um letal e outro não.
Em relação aos casos não letais da RNS, foram descritas várias manifestações orodentárias. A
RNS é causada por mutações recessivas no gene FAM20C, que codifica uma quinase
envolvida em diferentes processos biológicos. Cantarutti, em 2016, realizou a caracterização in
vitro de células pulpares de indivíduos com RNS não letal, sugerindo fenótipo ligado à
senescência. Estudos têm sugerido que as condições de cultura e de criopreservação podem
levar à senescência celular. O objetivo do trabalho foi, primeiramente, avaliar o efeito do
congelamento a -80oC sobre a capacidade proliferativa e senescência de culturas primárias de
células pulpares humanas de indivíduos saudáveis (controle) e com RNS não letal e,
posteriormente, comparar essas mesmas propriedades entre as culturas controle e RNS
congeladas. Para isso, foram cultivadas, durante as passagens 3 a 7 (p3-7), células de
culturas pulpares controle (C1 a C5) e RNS (RNS1 e RNS2) frescas e congeladas (< ou > 1
ano) para realização do ensaio de tempo de dobra populacional (doubling time, DT; p3-7),
ensaio colorimétrico da atividade da beta-galactosidase (p3, 5 e 7) e ensaio de expressão
gênica (p5; genes P21, CICLINA D1, IL1B e IL6). Em relação ao efeito do congelamento a -
80oC, os resultados mostraram que os valores de DT foram similares entre as culturas frescas e congeladas para maioria das culturas, exceto para as culturas controle C1 e C2, que
apresentaram DT variável ao longo das passagens, nas culturas frescas e congeladas (< 1
ano), e para a cultura RNS1 na p7, na qual foi observado um maior DT para o grupo de células
frescas em relação às congeladas (> 1 ano). A porcentagem de células coradas pelo ensaio da
atividade da beta-galactosidase não variou entre os grupos fresco e congelado para todas as
populações estudadas, exceto para cultura RNS1 na p5, na qual se observou menor
porcentagem de células coradas na população congelada (> 1 ano) em relação a fresca. A
expressão dos genes P21 (CDKN1A), CICLINA D1, IL1B e IL6 foi semelhante entre as
populações frescas e congeladas. Em relação à comparação das culturas congeladas (> 1 ano)
de RNS com as de indivíduos saudáveis (controles), os valores de DT foram similares. A
porcentagem de células coradas foi mais elevada nas culturas RNS1 e RNS2 na p7 e 5,
respectivamente, em relação ao controle. A expressão de P21, CICLINA D1, IL1B na p5,
comparada ao controle, foi maior na cultura RNS2 e de IL6 foi menor na cultura RNS1. Logo, o
congelamento a -80oC por aproximadamente um ano e meio parece não afetar a capacidade
proliferativa e senescência de células de indivíduos saudáveis e com RNS, porém, em relação
ao controle, a cultura RNS2 estudada parece apresentar alterações no processo de
senescência celular.