dc.description.abstract | A síndrome de Raine (RNS; OMIM #611061) é uma doença genética rara autossômica
recessiva caracterizada pela presença de osteoesclerose e anomalias craniofaciais.
Atualmente, sabe-se que existem dois fenótipos ligados a essa síndrome, um letal e outro não.
Em relação aos casos não letais da RNS, foram descritas várias manifestações orodentárias. A
RNS é causada por mutações recessivas no gene FAM20C, que codifica uma quinase
envolvida em diferentes processos biológicos. Cantarutti, em 2016, realizou a caracterização in
vitro de células pulpares de indivíduos com RNS não letal, sugerindo fenótipo ligado à
senescência. Estudos têm sugerido que as condições de cultura e de criopreservação podem
levar à senescência celular. O objetivo do trabalho foi, primeiramente, avaliar o efeito do
congelamento a -80oC sobre a capacidade proliferativa e senescência de culturas primárias de
células pulpares humanas de indivíduos saudáveis (controle) e com RNS não letal e,
posteriormente, comparar essas mesmas propriedades entre as culturas controle e RNS
congeladas. Para isso, foram cultivadas, durante as passagens 3 a 7 (p3-7), células de
culturas pulpares controle (C1 a C5) e RNS (RNS1 e RNS2) frescas e congeladas (< ou > 1
ano) para realização do ensaio de tempo de dobra populacional (doubling time, DT; p3-7),
ensaio colorimétrico da atividade da beta-galactosidase (p3, 5 e 7) e ensaio de expressão
gênica (p5; genes P21, CICLINA D1, IL1B e IL6). Em relação ao efeito do congelamento a -
80oC, os resultados mostraram que os valores de DT foram similares entre as culturas frescas e congeladas para maioria das culturas, exceto para as culturas controle C1 e C2, que
apresentaram DT variável ao longo das passagens, nas culturas frescas e congeladas (< 1
ano), e para a cultura RNS1 na p7, na qual foi observado um maior DT para o grupo de células
frescas em relação às congeladas (> 1 ano). A porcentagem de células coradas pelo ensaio da
atividade da beta-galactosidase não variou entre os grupos fresco e congelado para todas as
populações estudadas, exceto para cultura RNS1 na p5, na qual se observou menor
porcentagem de células coradas na população congelada (> 1 ano) em relação a fresca. A
expressão dos genes P21 (CDKN1A), CICLINA D1, IL1B e IL6 foi semelhante entre as
populações frescas e congeladas. Em relação à comparação das culturas congeladas (> 1 ano)
de RNS com as de indivíduos saudáveis (controles), os valores de DT foram similares. A
porcentagem de células coradas foi mais elevada nas culturas RNS1 e RNS2 na p7 e 5,
respectivamente, em relação ao controle. A expressão de P21, CICLINA D1, IL1B na p5,
comparada ao controle, foi maior na cultura RNS2 e de IL6 foi menor na cultura RNS1. Logo, o
congelamento a -80oC por aproximadamente um ano e meio parece não afetar a capacidade
proliferativa e senescência de células de indivíduos saudáveis e com RNS, porém, em relação
ao controle, a cultura RNS2 estudada parece apresentar alterações no processo de
senescência celular. | |
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