Tesis
Correlação das rochas vulcânicas dos Grupos Roosevelt e São Marcelo-Cabeça, SW Cráton Amazônico
Fecha
2022-04-12Registro en:
FUENTES, Danilo Barbosa Vieira. Correlação das rochas vulcânicas dos Grupos Roosevelt e São Marcelo-Cabeça, SW Cráton Amazônico. 2021. 138 f., il. Dissertação (Mestrado em Geologia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021.
Autor
Fuentes, Danilo Barbosa Vieira
Institución
Resumen
Os Grupos Roosevelt e São Marcelo-Cabeça são terrenos metavulcânicos e
metavulcanoclásticos inseridos na Província de Rondônia-Juruena (1,82 a 1,54 Ga), porção sudoeste
do Cráton Amazônico. Eles estão no noroeste do estado de Mato Grosso, Brasil.
As rochas pertencentes ao Grupo São Marcelo-Cabeça ocorrem próximas à Nova Canaã do
Norte - MT. É caracterizado por um conjunto de rochas sedimentares clásticas/químicas
anastomosadas e vulcanoclásticas com subvulcânicas associadas; esse conjunto está metamorfizado
em condições de xisto-verde a anfibolito. As rochas do Grupo Roosevelt (1,79 - 1,74 Ga) ocupam
cerca de 70% da área de estudo. São rochas vulcanoclásticas e vulcânicas com granitos associados,
também metamorfizadas em fácies xisto-verde. Suas amostras são oriundas principalmente das
proximidades da cidade de Aripuanã - MT.
Os dados petrográficos mostram a similaridade litológica e textural de ambos os grupos. O
Grupo São Marcelo-Cabeça é composto por metadioritos, metarriodacitos, metaquartzo-sienitos,
metanfibolitos, metatufos cineríticos, líticos e de cristais, entre outras. Essas rochas apresentam
matriz predominantemente afanítica a fina, às vezes foliada, com fenocristais/porfiroclastos de
feldspato K, plagioclásio e quartzo. Os minerais acessórios são biotita, hornblenda, titanita, minerais
opacos, allanita e zircão.
Algumas das rochas do Grupo Roosevelt são metarriolitos, metarriodacitos,
metamonzogranitos subvulcânicos, metaquartzo-sienitos, metaquartzo-andesitos, metatufos
cineríticos, líticos e de cristais. Essas rochas apresentam matriz predominantemente afanítica a
microgranular, felsítica, foliada, com (micro) fenocristais de quartzo, plagioclásio e K-feldspato. Os
minerais acessórios são biotita, hornblenda, titanita, minerais opacos, apatita, allanita, turmalina e
zircão.
A análise química de 13 amostras selecionadas também mostrou semelhanças entre as
composições dos dois grupos. Os teores de ferro e manganês dos metaquartzo-sienitos subvulcânicos
do Grupo São Marcelo-Cabeça são ligeiramente enriquecidos em relação à mesma rocha do Grupo
Roosevelt (3,9 a 4,7% contra 2,1% de Fe2O3, e 0,1 a 0,13% contra 0,02% MnO, respectivamente).
A composição química das amostras em ambos os grupos indica a constituição riolítica e uma
afiliação calcioalcalina. Os padrões de elementos imóveis se sobrepõem em um gradiente geral
negativo das curvas, com intensa depleção do conteúdo dos elementos Ta, Nb e Ti, interpretados
como resultados da interação manto-crosta em um ambiente de subducção. Os dados geotectônicos
mostram características meta a peraluminosas, sin a pós-orogênicas, de arco vulcânico continental
das unidades.
Os dados de química mineral dos feldspatos revelaram a predominância de albita e K-sanidina
entre as seis amostras analisadas, com ocorrência de oligoclásio e andesina. A comparação dos
coeficientes de partição (Kd's) de Ba, K, Ce, Sr, Nd, Sm, Eu, Ti, Al, Ca, Na e Si realizada por minerais
(albita e K-sanidina) revelaram composições equivalentes e fracionamento desses elementos nos
respectivos feldspatos, presentes nas amostras dos grupos São Marcelo-Cabeça e Roosevelt.
A idade U-Pb do metatufo lítico riodacítico do Grupo São Marcelo-Cabeça é 1780,5 ± 2,5
Ma, sendo compatível com as idades do Grupo Roosevelt. Os dados Sm-Nd de cinco amostras do
Grupo São Marcelo-Cabeça indicam que as rochas estudadas apresentam uma progressão na interação
com a crosta, com curto tempo de residência crustal. Essas amostras se alinham com as amostras do
Grupo Roosevelt na comparação e indicando uma mesma fonte. As rochas que compões os grupos Roosevelt e São Marcelo-Cabeça têm a mesma idade e são
semelhantes petrográfica e quimicamente. De acordo com os dados aqui apresentados, com a
distribuição espacial e com os dados de campo, provavelmente são de um mesmo evento magmático.