Tesis
Desenvolvimento e avaliações de formulações tópicas contendo derivados de Eugenia dysenterica DC
Fecha
2021-08-13Registro en:
SILVA, Sandra Márcia Mazutti da. Desenvolvimento e avaliações de formulações tópicas contendo derivados de Eugenia dysenterica DC. 2018. 181 f., il. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
Autor
Silva, Sandra Márcia Mazutti da
Institución
Resumen
O presente estudo teve como objetivo analisar a etapa de controle da qualidade da droga e dos
derivados vegetais, extrato aquoso (EBA) e óleo essencial (oEd) de folhas de Eugenia dysenterica
Mart. DC., e realizar o desenvolvimento de formulações contendo esses derivados vegetais para
tratamento de lesões cutâneas. A atividade antimicrobiana in vitro do EBA e do oEd por meio da
técnica de difusão em disco, poço e microdiluição foi avaliada frente ao microrganismo
Staphylococcus aureus, observando-se que EBA inibiu o crescimento microbiano com
concentração bactericida ≥156,25μg/mL. A citotoxicidade celular foi determinada empregando-se o
método colorimétrico 3-(4,5-Dimetiltiazol-2-il)2,5-Difenil Brometo de Tetrazólio (MTT) avaliando
EBA, oEd e alfa-humuleno para as linhagens HaCat, L929 e RAW 264.7, sendo observado que
estes não foram citotóxicos. A atividade anti-inflamatória foi investigada in vitro usando macrófagos
estimulados por lipopolissascarídeos e tratados com EBA, oEd e alfa-humuleno, os quais exibiram
inibição da produção de óxido nítrico ≥49,87%. O potencial do EBA, oEd e alfa-humuleno em
promover a migração celular foi analisado com HaCat e L929, destacando-se o óleo essencial, o
qual promoveu o fechamento das feridas em 12 horas a menos em relação ao controle.
Adicionalmente, para verificar a segurança de EBA, oEd e das formulações foram realizados in vivo
o ensaio usando a membrana cório-alantóide do ovo embrionado de galinha (HET-CAM), ficando
constatado que estes compostos não são irrritantes. Ainda utilizando o ensaio HET-CAM foi
verificado o potencial angiogênico de EBA, oEd e e das formulações, os quais demonstraram ação
semelhante ao controle de estimulação (Regederm). Micropartículas contendo EBA, obtidas por
spray drying utilizando o biopolímero quitosana foram então obtidas e caracterizadas quanto à
morfologia, rendimento (31,25%), diâmetro (19,69μm) e potencial zeta (41,1±4,26mV). As
micropartículas obtidas apresentaram eficiência de encapsulação de 70,13% e características
apropriadas para uso cutâneo. A veiculação de EBA em emulsão manteve a estabilidade do
sistema por até 60 dias sob ≤8°C. A liberação da catequina procedeu de maneira progressiva por
24 horas. O teste de permeação cutânea demonstrou que a emulsão promoveu a penetração de
catequina (13,56μg/cm2
) na camada da epiderme viável, demonstrando atingir o sítio alvo, sendo
possível afirmar que a emulsão modula a penetração de catequina. Os estudos de estabilidade
revelaram que o armazenamento da emulsão sob refrigeração aumenta o tempo de validade do
produto, pois indicaram resguardar o teor de catequina neste tipo de forma farmacêutica. Portanto,
a emulsão com micropatículas contendo EBA é uma candidata para ser empregada para auxiliar o
processo de tratamento antimicrobiano, enquanto o óleo demonstrou melhores resultados como
anti-inflamatório, promotor de reepitelização e atividade angiogênica, sendo um composto potencial
candidato para cicatrização de feridas, além de caracterizada por não promover efeitos irritativos.
As formas avaliadas visam à recuperação de pacientes com conforto e consequentemente maior
adesão ao tratamento, ademais, podem promover a epitelização do tecido por intermédio da ação
antimicrobiana, anti-inflamatória e cicatrizante, além de ser uma proposta inovadora e
genuinamente brasileira.